Guardas municipais devem ajudar a combater o crack, diz secretário

19/05/2010 - 20h17

Vladimir Platonow

Repórter da Agência Brasil

 

Rio de Janeiro - O secretário nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, afirmou hoje (19) que o combate ao crack deverá contar com a ajuda das guardas municipais. Ele adiantou que o governo federal está concluindo o programa nacional de combate a essa droga, que deve ser anunciado amanhã (20) presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 

Para Balestreri os guardas municipais têm mais facilidade de se aproximar dos dependentes de crack, por andarem desarmados e não serem vistos como repressores.

 

“As guardas municipais têm que ter um papel proativo, mas sempre vinculadas às polícias civis e militares. O contato fica mais fácil [por andarem desarmadas] pelo temor que a população tem de arma. Como o guarda não possui uma herança muito carregada de repressão, a juventude tem facilidade maior de se aproximar”, disse Balestreri.

 

Ele participou do encerramento do 2º Seminário de Criminologia e Segurança Pública, na Escola de Magistratura do Rio de Janeiro (Emerj), quando falou dos desafios da área para uma plateia formada principalmente por policiais civis e militares.

 

Balestreri reconheceu que o problema do crack não pode ser resolvido apenas como um caso de polícia e necessita do apoio de outras áreas do governo federal.

 

De acordo com ele, Lula criou um grupo multissetorial, envolvendo vários ministérios e secretarias, para que a política de combate ao crack seja feita em várias frentes. “Ela é uma droga tão poderosa e devastadora que não adianta atuar só na repressão. Tem que atuar na área da saúde e ter campanhas públicas de educação.”

 

O secretário disse ainda que o governo federal vai investir R$ 60 milhões, ainda este ano, na compra de barcos e lanchas para patrulhar cidades costeiras, como o Rio de Janeiro, ou que são cortadas por rios, como na Bacia Amazônica. O objetivo é reprimir o tráfico de drogas e de armas, que muitas vezes chegam por vias marítima ou fluvial e acabam alimentando a venda do crack e de cocaína em todo o país.

 

Edição: João Carlos Rodrigues