Para conter a inflação, governo chinês usará medidas pontuais, diz embaixador

18/05/2010 - 22h42

Luciana Lima

Repórter da Agência Brasil

Brasília - O embaixador da China no Brasil, Qiu Xiaoqi, disse hoje (18) que o governo chinês continuará adotando medidas pontuais para combater a inflação no país. Em entrevista à Agência Brasil, Qiu Xiaoqi afirmou que o governo está atento para agir rápido sobre determinados setores com o objetivo de combater as bolhas inflacionárias.

“Ultimamente tem surgido alguns comentários no cenário internacional sobre o perigo da inflação para a economia da China. O governo chinês já tem prestado atenção a alguns fenômenos que nos últimos meses têm surgidos na economia chinesa. O controle da inflação tem tido importância entre as medidas econômicas adotadas. Cada vez que surge esse perigo, o governo tem agido oportunamente com medidas para combater a inflação. Temos tomado medidas rápidas que já produzem efeito”, disse.

Uma dessas medidas foi implantada no fim do mês passado quando o governo da China adotou medidas restritivas para a compra de imóveis. Para conter a demanda, o governo decidiu exigir, no caso da compra da segunda casa, o pagamento de pelo menos metade do valor do imóvel como entrada no financiamento.

Os juros dos empréstimos para compra de imóveis também subiram. “Essas medidas já estão surtindo efeito em cidades mais importantes como Xangai, Pequim e Guangdong, onde os preços já começaram a baixar. No entanto, isso não é suficiente”, ressaltou o embaixador.

A explosão do mercado de imóveis na China é uma preocupação do governo central que admitiu a existência de uma bolha imobiliária no país. “O governo chinês está muito consciente de que os problemas existem e que é necessário tomar medidas precisas”, afirmou.

Dados econômicos chineses demonstram que a inflação se acelerou nos primeiros quatro meses do ano e os preços dos imóveis subiram em velocidade recorde. Em 70 das cidades chinesas de médio e grande porte, os imóveis aumentaram 12,8% em abril na comparação com o mesmo mês de 2009.

 

 

Edição: Aécio Amado