França considera acordo nuclear “passo positivo” e elogia esforços de Lula

18/05/2010 - 11h40

Renata Giraldi e Carina Dourado*
Repórteres da EBC

Brasília e Madri – O governo da França avaliou como um  “um passo importante” o acordo fechado pelo Irã para a transferência de urânio para a Turquia. Em um comunicado formal divulgado hoje (18), o presidente francês, Nicolas Sarkozy, elogia os esforços do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em busca de um desfecho pacífico em torno do impasse que envolve o programa nuclear iraniano.

“O governo da França reconhece os esforços do presidente Lula em negociar um acordo com o Irã”, diz um trecho do comunicado. “A França vai transmitir [os termos do acordo] para o Grupo dos Seis [França, Itália, Estados Unidos, Japão, Alemanha e Inglaterra, os chamados países mais industrializados]”, informa o comunicado em outro trecho.

Em Madri, na Espanha, Lula e Sarkozy se reuniram por cerca de 30 minutos. O encontro ocorreu no Instituto de Feiras de Madri, onde está sendo realizada a 6ª Cúpula União Europeia, América Latina e Caribe.

Na conversa com Sarkozy, Lula detalhou o acordo fechado ontem, na presença do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, e do primeiro-ministro da Turquia, Tayyiq Erdogan. Pelo acordo, os iranianos enviarão urânio levemente enriquecido a 3,5% para o território turco. Em troca, o Irã receberá urânio enriquecido a 20% para servir como produto para o abastecimento de reatores nucleares.

Ontem mesmo, depois de fechado o acordo, Lula telefonou para Sarkozy. Há aproximadamente duas semanas, o ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner, levantou dúvidas sobre as negociações de Lula, insinuando que ele poderia ser enganado por Ahmadinejad. Mas, logo em seguida, Sarkozy conversou com Lula e elogiou o desempenho do presidente brasileiro em busca de um acordo.

Porém, os Estados Unidos lideram um movimento no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para aprovar as sanções econômicas contra o Irã por desconfiarem de que há a produção de armas atômicas no país. No órgão têm direito a veto os Estados Unidos, a França, a Inglaterra, a China e a Rússia.

*Enviada especial a Madri, na Espanha

Edição: Juliana Andrade