China se dispõe a ajudar nas negociações com a comunidade internacional sobre Irã

18/05/2010 - 12h04

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o governo da China demonstrou hoje (18) confiança no acordo nuclear fechado ontem (17) pelo Irã com apoio do Brasil e da Turquia. O porta-voz do do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Ma Zhaoxu, disse confiar que o acordo solucione de forma pacífica o impasse em torno do programa nuclear iraniano. Ele defendeu a busca pelo diálogo e pela negociação.

As informações são da agência oficial de notícias da China, a Xinhuan. O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Yang Jiechi, disse que o país está disposto a colaborar com outras partes interessadas com o objetivo de “desempenhar um papel construtivo na promoção e resolução diplomática da questão nuclear iraniana”.

Segundo a agência de notícias, o governo chinês parabeniza os negociadores pelos termos do acordo firmado. Para o porta-voz, a expectativa é que o acordo promova uma “mudança” e a viabilize uma “resolução pacífica” em torno da questão nuclear iraniana “por meio do diálogo e da negociação”.

Ma Zhaoxu afirmou que o governo da China é favorável à estratégia que adota o diálogo e a negociação como alternativas para a questão nuclear iraniana. “A China sempre insistiu que o diálogo e a negociação são o melhor caminho para resolver o problema”, disse ele.

O acordo, reúne dez itens, e estabelece que a transferência do urânio levemente enriquecido a 3,5% pelos iranianos será para o território turco. Em troca o Irã receberá urânio enriquecido a 20% para servir como produto para o abastecimento de reatores nucleares em um prazo de até 12 meses. Porém, os termos do acordo devem ser submetidos à Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) e ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Segundo Ma Zhaoxu, o Conselho de Segurança atua na proteção do sistema internacional garantindo a não proliferação de armas e a manutenção da paz e estabilidade na região do Oriente Médio. Ele não mencionou a polêmica liderada pelos Estados Unidos para a aprovação de sanções econômicas contra o Irã.

Para os Estados Unidos e parte da comunidade internacional, há suspeitas de que o Irã desenvolva armas atômicas de forma não revelada no seu programa de energia nuclear. Mas o governo do Irã nega as informações ao afirmar que o programa tem fins pacíficos.

Assim como os Estados Unidos e a China, também compõem o Conselho de Segurança de forma permanente a França, a Inglaterra e a Rússia. Todos esses países têm direito a voto. A sanção só é aprovada, se houver o voto favorável de todos os países permanentes no órgão.

Edição: Talita Cavalcante