Alerj faz caminhada no Rio para incentivar famílias a adotar crianças

16/05/2010 - 17h21

Paulo Virgílio
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Cerca de 150 pessoas participaram hoje (16), no calçadão da Praia de Copacabana, zona sul do Rio, de uma caminhada para estimular a adoção de crianças no estado. O evento, organizado pela Frente Parlamentar em Defesa da Adoção da Criança e do Adolescente da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj), em parceria com a Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção, contou com a participação de várias famílias que adotaram crianças.

De acordo com o presidente da Frente Parlamentar Pró-Adoção, o deputado Alcebíades Sabino (PSC-RJ), o estado do Rio tem hoje um total de 3 mil crianças morando em abrigos. “Trouxemos o tema à rua para sensibilizar a sociedade. Esse número ainda é alto pela falta de orientação, mas a Alerj está unida aos grupos de adoção justamente para mostrar que a adoção não é um bicho de sete cabeças”, afirmou o parlamentar.

O presidente da Alerj, deputado Jorge Picciani (PMDB-RJ), ressaltou a necessidade de ampliar a divulgação de informações sobre o tema, o que, segundo ele, poderia aumentar o número de adoções bem-sucedidas. “Informada, a sociedade pode ajudar, inclusive, a combater casos como o da procuradora aposentada do Ministério Público Vera Lúcia Sant’anna Gomes, presa sob a acusação de torturar uma menina de dois anos que pretendia adotar. A adoção é um ato nobre, e quem deseja praticá-lo deve ser orientado corretamente, além de ter apoio do poder público”, defendeu Picciani.

A luta de casais homossexuais pela adoção trouxe à caminhada em Copacabana a advogada gaúcha Maria Berenice Dias. Ela citou como exemplo um caso ocorrido na cidade de Bagé (RS), quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve o registro de adoção de duas crianças por um casal de mulheres, mesmo com um pedido de anulação do Ministério Público. “Adoção é inclusão, e não pode se pensar nisso excluindo os homossexuais. Depois da decisão do STJ, muitos casais gays estão entrando no Cadastro Nacional de Adoção. A discriminação é grande, mas é preciso entender que as crianças devem é ter um lar, uma família”, afirmou Berenice.

No próximo dia 25, uma sessão solene, no plenário da Alerj, marcará o Dia Nacional de Incentivo à Adoção. No evento, será lançada uma cartilha com todas as explicações necessárias para quem deseja adotar uma criança.

Edição: Talita Cavalcante