ONU elogia tentativa de Honduras em retomar ordem política, mas Brasil vê iniciativa com ressalvas

04/05/2010 - 15h41

Renata Giraldi

Repórter da Agência Brasil

Brasil – A iniciativa do governo do presidente de Honduras, Porfirio “Pepe” Lobo, de criar a Comissão da Verdade, foi elogiada hoje (4) pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon. Mas o governo brasileiro ainda observa com desconfiança a medida do governo hondurenho. Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o fundamental é promover o retorno a Honduras do ex-presidente Manuel Zelaya, deposto do cargo em 28 de junho do ano passado.

Honduras foi suspenso da Organização dos Estados Americanos (OEA) por causa do golpe de Estado que envolveu integrantes do Congresso Nacional, da Suprema Corte e das Forças Armadas. Zelaya foi deposto e, em seu lugar, assumiu o parlamentar Roberto Micheletti. O objetivo da Comissão da Verdade é investigar a ação dos que participaram do golpe de Estado e também a atuação de Zelaya e seus aliados.

A comissão é liderada pelo ex-vice-presidente da Guatemala Eduardo Stein. Integram o grupo a reitora da Universidade Nacional Autônoma de Honduras (Unah), Julieta Castellanos, o jurista Jorge Omar Casco, o advogado Michael Kergin Amadilia e a diplomata peruana María Zavala.

Para o secretário-geral da ONU, a criação da comissão foi “um primeiro passo importante” para tentar curar as “feridas” abertas em Honduras, em junho do ano passado, com a destituição de Zelaya. “Os comissários têm uma grande responsabilidade. Cabe a eles uma pequena parte do esforço necessário para curar o povo hondurenho”, disse.

No entanto, Ban Ki-moon reiterou que os esforços são permanentes e não se limitam apenas à Comissão da Verdade. “Também serão exigidos esforços contínuos para fortalecer as instituições democráticas, promovendo o respeito pelos direitos humanos e fornecendo oportunidades econômicas e sociais para todos os hondurenhos.”

 


Edição: Lana Cristina