Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A nova projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2010 ficará entre 5,5% e 6,5%, disse hoje (4) o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa. Segundo ele, o número final será divulgado no próximo dia 20, com a revisão do Orçamento Geral da União.
A estimativa oficial do ministério estava em 5,2%, mas integrantes do ministério haviam anunciado que aumentariam a estimativa depois de analisar o comportamento da economia nos quatro primeiros meses do ano. Ao revelar que a nova previsão é de 6,5% de crescimento, Barbosa afirmou que o governo poderá adotar medidas fiscais para moderar a atividade econômica caso o PIB fique acima de 6%. Ele não especificou quais medidas serão tomadas, mas anunciou que elas também devem constar da revisão do Orçamento.
Sobre as possíveis medidas fiscais para conter o crescimento, o secretário não informou se o governo estuda a elevação de impostos ou o aumento no contingenciamento (bloqueio) de verbas do Orçamento. Ele, no entanto, negou que a meta de superávit primário – economia de recursos para pagar os juros da dívida pública – seja elevada para além de 3,3% do PIB.
Mesmo sem elevar oficialmente a meta de superávit primário, o governo pode economizar mais porque o valor representa apenas o esforço fiscal mínimo que o setor público deve perseguir. Até 2008, o superávit havia ficado acima da meta. Somente em 2009, com a crise econômica, o governo decidiu reduzir o esforço fiscal para estimular a produção.
Barbosa afirmou que a retirada dos estímulos fiscais concedidos no ano passado para estimular a economia contribuirá para conter o crescimento econômico. Ele declarou ainda que o aumento da taxa Selic, que mede os juros básicos da economia, também ajudará a conter a expansão da atividade econômica.
De acordo com o secretário, depois de um crescimento forte nos três primeiros meses do ano, o PIB desacelerará nos trimestres seguintes, principalmente no terceiro e no quarto trimestres. Segundo ele, no entanto, essa variação é explicada por efeitos estatísticos, não propriamente pelo comportamento da economia.
“No início do ano passado, a economia estava em recessão. Então, é normal que o crescimento seja maior no primeiro trimestre. Como a atividade se recuperou nos meses seguintes, a base de comparação ficou mais forte, o que reduz o crescimento, principalmente a partir do segundo semestre”, explicou.
Edição: Lana Cristina//A matéria foi alterada para acréscimo de informações. O título foi alterado