Comissão do Grito da Terra leva pauta de reivindicações do campo a integrantes do governo

04/05/2010 - 19h09

 

Yara Aquino

Repórter da Agência Brasil

 

 

Brasília – Integrantes da Comissão de Negociação do Grito da Terra – movimento formado pela Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) – levaram hoje (4) ao ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, diversos pontos para discussão como forma de preparação para a Marcha do Grito da Terra, que será realizada no próximo dia 12, em Brasília.

 

Foram tratados temas como reforma agrária e agricultura familiar. Dentro da pauta do Grito da Terra 2010, a comissão negociou pontos como recursos para o Programa de Aquisição de Alimentos e assistência técnica.

 

Os integrantes do Grito da Terra também estiveram com o secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República, Antonio Roberto Lambertucci. As reuniões fazem parte de uma série programada para ocorrer até o dia 12.

Segundo o presidente da Contag, Alberto Broch, a receptividade do governo em ouvir e discutir as reivindicações tem sido boa. “Nossas reivindicações não devem ser atendidas 100%, mas, pelo menos, parte delas, acreditamos que será”, disse. Ele informou que obteve do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, a promessa de que a área econômica vai analisar os pedidos de mais recursos para a reforma agrária e para programas de agricultura familiar.

A coordenação do movimento espera ser recebida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia da marcha. Com 223 itens, a extensa pauta de reivindicações inclui também a sugestão de mudanças nas gestão do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), com a nomeação dos superintendentes por meio de lista tríplice gerada a partir das indicações dos movimentos sociais locais.

O documento do Grito da Terra abrange ainda temas sociais como a adoção de uma política de enfrentamento à violência contra a mulher no campo e ações práticas como criar um programa permanente de combate à seca e de armazenamento de água.

A revisão do índice de produtividade para fins de desapropriação de terras para a reforma agrária é outro item da pauta, esse recorrente entre as reivindicações do movimento. Para o presidente da Contag, itens que são imprescindíveis dizem respeito a programas de habitação rural, aos avanços na política complementar à reforma agrária, às ações na área de Educação, Previdência e Saúde.
 

Edição: Lana Cristina