Brasil e Estados Unidos retomam fórum de diálogo comercial

04/05/2010 - 17h26

Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil

 
Brasília - O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior anunciou a retomada do fórum de discussão Diálogo Comercial Brasil - Estados Unidos para tratar de inovação tecnológica. O fórum foi criado em 2006, mas estava paralisado desde 2008.

De volta ao diálogo, Brasil e Estados Unidos pretendem trocar experiências e cooperar nas áreas de propriedade intelectual; estabelecimento de padrões de medição (normas e metrologia); facilitação de comércio e desenvolvimento de negócios (cooperação regulatória em setores têxteis, móveis e distribuição de energia elétrica); e serviços (franquias, pequenas e médias empresas).
 
A retomada das discussões interessa aos dois países. Os Estados Unidos, que já foram o principal parceiro comercial brasileiro, tiveram de janeiro a abril deste ano uma participação de 10,8% das exportações (abaixo da União Europeia, China e do Mercosul); e de 14,8% das importações (atrás da União Europeia e da China).

De acordo com Ivan Ramalho, secretário executivo do ministério, o comércio com os Estados Unidos tem uma preponderância histórica de produtos industrializados, de maior valor agregado. As exportações para a China, o atual maior parceiro comercial, têm base em commodities (soja e minério de ferro).
 
O anúncio da volta do diálogo comercial acontece em paralelo às negociações de retaliações do Brasil contra os subsídios americanos ao algodão que prejudicaram as exportações brasileiras, conforme reconheceu a Organização Mundial do Comércio (OMC).

Daqui a 45 dias expira o prazo acordado com os Estados Unidos para o Brasil aplicar as sanções. No próximo dia 10, os governos dos dois países farão uma reunião em Washington para tratar do assunto.
 
Francisco Sanchez, subsecretário de Administração de Comércio Exterior do Departamento de Comércio dos Estados Unidos fez questão de frisar que a volta do diálogo comercial nada tem a ver com as retaliações. "Desacordos virão e irão embora", disse ao afirmar que o diálogo constrói a possibilidade de aumentar o comércio.
 
Os representante americano também salientou que o país mantém interesse nos biocombustíveis e tecnologia verde. "Não abandonamos os biocombustíveis. Os Estados Unidos têm o que aprender com o Brasil nesse setor". Recentemente, os Estados Unidos anunciaram a realização de testes com aviões do tipo caça (Super Hornet, rebatizado como Green Hornet) abastecidos com 50% de etanol.
 
O Brasil vende para os Estados Unidos petróleo, máquinas e equipamentos, café, celulose, produtos químicos orgânicos, granito e borracha. As importações se concentram em combustíveis e lubrificantes, aparelhos eletroeletrônicos, plásticos, instrumentos de ótica e precisão). Entre janeiro e abril, as exportações alcançaram US$ 5,8 bilhões (19,4% acima do mesmo período no ano passado); e as importações totalizaram US$ 7,7 bilhões (12,7% a mais na comparação com o período entre janeiro e abril de 2009).

 

 

Edição: Rivadavia Severo