Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou hoje (27) que não houve nem haverá mudanças na administração da instituição.
“Engana-se quem considera que possa haver uma mudança de orientação nessa administração”, disse, em discurso durante a posse do novo diretor de Assuntos Internacionais, Luiz Awazu Pereira da Silva.
Meirelles voltou a defender que as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom), que define a taxa básica de juros (Selic), são técnicas e autônomas. “O objetivo do comitê tem sido colocar a inflação na meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, dentro da autonomia operacional concedida pelo presidente da República”.
Ele enfatizou que o Brasil está obtendo reconhecimento internacional pelo fato de ter saído forte da crise financeira internacional, com bom exemplo de regulamentação prudencial e estabilidade de preços. “Aos poucos, a estabilidade de preços começa de fato a se tornar um valor nacional. Ao longo dos últimos sete anos, o Banco Central do Brasil, com seriedade e rigor, tem pautado suas decisões de política monetária por critérios estritamente técnicos”.
O presidente do BC criticou textos sobre a dinâmica de ação do Copom. Meirelles afirmou que orientou um diretor da instituição a ler e se divertir com textos considerados como peça de ficção literária. “Leve a sério os comentários sérios e informações sérias”, acrescentou.
“Busca-se, muitas vezes, mesmo para medidas bem sucedidas, motivações negativas. Uma decisão foi por motivação política. Outra foi para ganhar ou recuperar credibilidade, quando na verdade a credibilidade do Banco Central do Brasil é hoje reconhecida mundialmente”. Para Meirelles, “o Banco Central do Brasil não precisa provar nada para ninguém” porque tem uma história de sucesso.
Hoje à tarde haverá a primeira parte da reunião do Copom. A decisão sobre a taxa básica de juros será anunciada amanhã. Atualmente a Selic está em 8,75% ao ano e a expectativa do mercado financeiro é de alta dos juros para conter a inflação.
Edição: Tereza Barbosa