Sem-terra ocupam prefeituras e bloqueiam rodovia em Alagoas

15/04/2010 - 16h43

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil

 

Brasília - O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou hoje (15) seis prefeituras no interior de Alagoas, como atividade do Abril Vermelho. Os trabalhadores rurais estão acampados nas prefeituras de Delmiro Gouveia, Inhapi, Olho d'Água do Casado, Girau do Ponciano, Atalaia e São Luiz do Quitunde. Eles exigem ser recebidos pelas prefeitos locais. De acordo com o movimento, a manifestação tem o objetivo de reivindicar o avanço das políticas que atendem assentamentos nas regiões.

Além de ocuparem as prefeituras, cerca de 200 sem-terra bloquearam a Rodovia BR-316, que passa pelo município de Atalaia. A decisão foi tomada depois que o prefeito do município se recusou a conversar com os manifestantes que ocuparam a prefeitura pela manhã. Em Atalaia, o MST também realizou uma marcha até o Fórum. O ato teve o objetivo de pressionar o Judiciário local para julgar e punir os responsáveis pelo assassinato de Jaelson Melquíades, morto em novembro de 2005. Em Girau do Ponciano, há cerca de 350 famílias de agricultores na prefeitura.

Em Delmiro Gouveia, há cerca de 500 agricultores aguardando para serem recebidos pelo prefeito Lula Cabeleira, que concordou em conversar com os sem-terra. Já em Inhapi e Olho d'Água do Casado, de acordo com o MST, não há perspectiva de os sem-terra serem recebidos. Em Olho d'Água, estão 110 famílias. Em Inhapi, há cerca de 150 famílias acampadas no prédio da prefeitura.

O Abril Vermelho faz parte da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária e rememora o Massacre de Eldorado de Carajás, no qual 19 pessoas foram mortas, em 17 de abril de 1996, no Pará.

Também na manhã de hoje (15), cerca de 100 famílias ocuparam a fazenda São Luiz, no município de Poço Redondo, em Sergipe, estado onde o MST também ocupou no início da semana outras duas fazendas: a Água Branca, também conhecida como São José, foi ocupada por 50 famílias e a fazenda Rio Fundo, que também foi ocupada por 50 famílias. As duas fazendas ficam no município sergipano de Estância.

 

 

Edição: Lílian Beraldo