Governo atuará de forma mais neutra na economia em 2010, prevê secretário do Tesouro

24/02/2010 - 13h56




Daniel Lima
Repórter da agência Brasil

Brasília - O ano de 2010 será um período intermediário entre a performance da economia de 2008, quando o país obteve excelentes resultados, e o esforço governamental para superar a crise internacional que acabou refletindo no país no ano passado.

A opinião é do secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Segundo ele, o governo atuará de “forma mais neutra” em 2010. “Nem puxando para desaquecer, nem puxando para aquecer”, disse.

Ele garantiu que a política fiscal do governo está ajustada para que o crescimento seja sustentável neste ano, que tem uma projeção feita pela equipe econômica de um crescimento do Produto Interno Bruto de 5,2%.

“Quero dizer que nós precisamos ter a melhor política fiscal e a melhor política monetária no sentido de construir o crescimento previsto. Em 2009, precisávamos dar muitos estímulos, neste ano não precisamos de estimular tanto, mas não precisamos segurar a economia”, afirmou.

Augustin também descartou, no momento, o superaquecimento da economia como ocorreu em 2008. Para ele, a situação está mais para a normalidade, tanto que a meta de superávit primário, que foi reduzida durante a crise para 2,5% voltou para os 3,3% do PIB.

A volta à meta, acredita o ele, indica que o governo tem uma programação fiscal rígida e comprometida com a redução da dívida pública, deixando claro que não existe risco inflacionário decorrente da ação fiscal.

“Portanto, a programação fiscal não é nem a de 2009, quando a gente estava preocupado em reativar a economia. E nem de 2008, que a gente estava preocupado em retirar a excessiva exuberância da economia. Este ano ainda é intermediário. Mas se o país estiver crescendo mais será uma boa notícia”.

Augustin contestou aqueles que acreditam que é necessário aumentar o percentual do superávit primário, ou seja ser mais “contracionista”. Para ele, ainda é preciso ser cuidadoso e ficar no “meio”, porque a economia pós crise ainda precisa de atenção.

O secretário anunciou hoje o segundo melhor resultado de superávit primário para meses de janeiro do governo Central (Banco Central, Previdência Social e Tesouro Nacional).

No mês passado a economia que o país faz para honrar compromissos financeiros ficou em R$ 13,9 bilhões, resultado superior em R$ 9,9 bilhões superiores ao mesmo período de 2009.

O Tesouro contribuiu com um superávit de R$ 17,6 bilhões, enquanto a Previdência e o BC registraram déficit de R$ 3,7 bilhões e de R$ 8 milhões, respectivamente.

No caso da Previdência, mesmo o resultado sendo negativo, houve uma redução no déficit de 41,5% com R$ 3,7 bilhões frente aos R$ 6,3 bilhões de janeiro de 2009. O fato é explicado, entre outras coisas, pelo aumento da massa salarial, que repercute na folha de pagamentos.