Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Na próxima semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passará apenas dois dias na capital federal. Após retornar de uma série de viagens pelo México e pelo Caribe, Lula irá ao Uruguai para a posse, no dia 1º de março, do presidente eleito e ex-guerrilheiro, José “Pepe” Mujica, de 74 anos. Amigo de Lula desde os tempos de metalúrgico, Mujica comentou, durante sua campanha, que admirava o presidente e que queria se aproximar do Brasil.
O porta-voz da Presidência da República, Marcelo Baumbach, confirmou hoje (19) que Lula irá a Montevidéu, onde passará cerca de sete horas. O presidente viaja na própria segunda-feira (1º), e retorna no mesmo dia.
Os governos do Brasil e do Uruguai devem tratar em breve de temas que preocupam os negociadores dos dois países. Um deles se refere às reclamações sobre a integração do país no Mercosul e a chamada “crise das papeleiras”, que é o impasse envolvendo fábricas de celulose por causa da construção de duas usinas na fronteira entre o Uruguai e a Argentina.
Segundo os uruguaios, falta apoio do Brasil e do Mercosul para um acordo que ponha fim à controvérsia. As tensões aumentaram com a possibilidade de construção de uma usina. A ideia foi rejeitada por moradores do lado argentino, que temiam a contaminação provocada pelas fábricas.
Ao mesmo tempo, os uruguaios negociam acordos bilaterais com o Brasil destinados a investimentos nas áreas de infraestrutura, energia e modernização portuária e de transportes.
No dia 11 de março, Lula irá ao Chile para a posse do presidente eleito Sebastián Piñera. A presença de Lula na posse de Piñera, eleito por uma coligação de centro-direita, representa um avanço nas negociações entre os dois países, apesar das diferenças ideológicas entre os governantes. No começo deste mês, o chanceler Celso Amorim foi a Santiago para indicar o interesse brasileiro em ampliar as relações bilaterais.