Foliões fazem críticas a esquema de corrupção denunciado no DF

13/02/2010 - 18h12

Luciana Lima

Repórter da Agência Brasil

Brasília - Dinheiro na cueca, dinheiro na meia. Recentes denúncias de corrupção no governo do Distrito Federal inspiraram as fantasias de muitos foliões no primeiro dia de carnaval em Brasília. Até o bloco Galinho de Brasília, que segundo seus organizadores nunca teve a intenção de crítica política, foi palco de protestos.

Um grupo chegou a compor uma marchinha, pedindo a renúncia do governador José Roberto Arruda (ex-DEM, atualmente sem partido), que passa o carnaval preso na Polícia Federal: " Derruba, derruba, se pegar o deputado com a meia do Arruda", diz o refrão.

O ex-presidente da Câmara Legislativa, Leonardo Prudente (sem partido), e o governador em exercício, Paulo Octávio (DEM), também não escaparam das críticas: "Um caso estranho, um incidente, tava furada a meia do Prudente! E o Paulo Octávio, cara de pau, pegou o dinheiro direto com o Durval", continuava a marchinha.

Há 18 anos o Galinho sai no carnaval de Brasília, sempre no sábado e na segunda-feira. Um dos fundadores do bloco, e atual diretor, Franklin Maciel Torres, 73 anos, explica que a crítica política nunca foi o objetivo, mas que o Galinho aceita "todas as fantasias".

" A crítica política também é uma fantasia", diz Franklin. Ele destacou que muitos políticos ajudam o bloco e que tem sempre aqueles que se fantasiam usando máscaras ou bonecos com propaganda eleitoral.

Hoje (13) o ex-ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, estava entre os foliões. Ele destacou a importância de descolar os problemas administrativos do Distrito Federal da campanha para 2010.

Agnelo, que será candidato do PT ao governo, defendeu a renúncia imediata de Arruda e do governador em exercício Paulo Octávio. "Eles não podem submeter Brasília a um vexame dessa ordem."