Empresários discordam da redução da jornada de trabalho para 40 horas

09/02/2010 - 16h23

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Representantesdos empresários disseram ao presidente da Câmara,deputado Michel Temer (PMDB-SP), serem contrários àredução da jornada de trabalho das atuais 44 horas para 40 horassemanais como prevê proposta de emenda à Constituição (PEC), emtramitação na Casa. Eles saíram, há pouco, de uma reunião com o presidente. “Aprovar a proposta nesse ano é eleitoreiro”, disseo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), deputado ArmandoMonteiro Netto (PTB-PE).Segundo Monteiro Netto, a crise que o Brasil passounão permite que a indústria assuma mais gastos para produzir com a redução da carga horária, calculada em torno de 2%. Ele acredita que essaredução da jornada de trabalho causará um impacto forte no setor, quepoderá causar desempregos. De acordo com o presidente da CNI, não secria emprego com legislação nenhuma e sim com investimentos.Para Monteiro Netto, essa proposta precisa ser mais bem debatida e não pode ser uma regrageral para todo o país, tem que ser levado em conta as diferenças regionais. Segundo ele, muitas indústrias, na prática, jáadotam uma carga horária menor, “mas tornar a medida obrigatória seriadrástico para a indústria”.O vice-presidente da Federação dasIndústrias de São Paulo (Fiesp), Roberto Della Manna, que tambémparticipou da reunião, disse que os empresários não podemaceitar a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais. “Nãohá possibilidade nem mesmo de haver uma redução gradativa, a cada ano”,disse o dirigente da Fiesp. Temer disse que vai continuar negociado com osdois lados à busca de um entendimento que viabilize a votação da PEC.“Temos que ouvir os dois lados”. Ele informou que vai levar aos líderespartidários, em reunião, uma proposta para a redução gradual da cargahorária, sem que haja aumento da hora extra, “e que atenda tanto osempresários quanto os trabalhadores”.Enquanto aguardavam a reunião de Temer com com os empresários, os defensores das 40 horas se manifestaram tocando tambores, na tentativa de sensibilizar os deputados.