Da Agência Brasil
Brasília - Três crianças morreram em uma aldeia indígena no interior de Minas Gerais,diagnosticadas com Doença Diarréica Aguda (DDA). Asvítimas da doença são os índios moradoresda aldeia Vila Nova, Polo-Base de Pradinho, no municípiode Bertópolis. A aldeia fica a aproximadamente200 quilômetros de Teófilo Otoni.Os primeiroscasos de diarreia apareceram na terça-feira(19) da semana passada e, poucas horas depois, dois bebês, um de 4 meses, eoutro de 9, morreram por complicações da doença. A terceira morte, também de um bebê, de 6meses, foi confirmada ontem (27) pela FundaçãoNacional de Saúde (Funasa).Foram registrados 66 casosda doença. Os mais atingidos foram crianças de até 4anos, representando 86% dos casos. Pessoas acometidas pelo mal, acima de 4 anos, nãoapresentaram gravidade, porém, continuam sendo monitoradaspelo Departamento de Saúde Indígena (Desai) da Funasa,em conjunto com a Secretaria de Vigilância em Saúdedo Ministério da Saúde, a Secretaria estadual de Saúde (SES-MG) e oDistrito Sanitário Especial Indígena de Minas Gerais e Espírito Santo (DSEI).Hoje (28), há 32 pessoas internadas. Segundo o coordenador técnico doDSEI, Roberto Carlos de Oliveira, o pior jápassou. “A situação está sob controle, houveuma diminuição no número de pacientes. Anteontem[26], não foi registrado nenhum caso e ontem [27], apenas um”, disse.Três hospitais da região - em Machacallis, Águas Formosas e Teófilo Otoni - estão atendendo os casos de índios afetados pelo problema. Além dosatendimentos nos hospitais, foram montados dois berçáriosna Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai), emGovernador Valadares. No início do surto, os casos maiscomplicados eram encaminhados para a casa.Segundo a coordenação regional daFunasa em Minas Gerais, a aldeia possui 3 poçostubulares profundos, que apresentam alta concentraçãodos minerais ferro e magnésio, nãosendo possível clorar a água. A Funasa oferecefiltros para o tratamento da água, mas a populaçãoresiste ao uso.A causa do surto ainda não foidescoberta. Amostras de fezes das crianças e da água daaldeia foram encaminhadas para o laboratório da FundaçãoEzequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte. Uma equipe técnica, com médico, enfermeiros e investigadores, sairá nos próximos dias de Brasília para realizar estudo epidemiológico na aldeia.