Rede pública de televisão digital começa a operar este ano, prevê gerente do projeto

27/01/2010 - 20h54

Wladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Arede pública de televisão digital deve chegar a três grandes cidadesbrasileiras – São Paulo, Rio e Brasília – ainda este ano. A previsãofoi feita hoje (27) pelo gerente executivo de Expansão e TV Digital daEmpresa Brasil de Comunicação (EBC), Delorgel Kaiser, durante aprimeira audiência pública do projeto Operador Único da Rede Nacionalde TV Pública Digital Terrestre (RNTPD), realizada no Rio.“A EBCtrabalha para que em 2010 tenhamos a operação de rede pública detelevisão com sinal digital em três capitais: São Paulo, Rio eBrasília. Até 2016 teremos 63% da população brasileira, em capitais oucidades com mais de 100 mil habitantes, coberta com o sinal da redenacional de televisão pública digital”, afirmou Kaiser.Segundo ele,além da população receber uma imagem melhor, poderá usufruir deserviços interativos, como marcar consultas ou receber informações pelatela do televisor, usando o controle remoto.O projeto de instalaçãoda rede nacional prevê investimentos de R$ 2,98 bilhões nos próximos 20anos, cerca de R$ 160 milhões por ano. Os recursos serão aplicados pelaEBC e as demais emissoras parceiras, como os canais do Judiciário e doLegislativo, em empresas que vencerem a licitação. Estas serãoresponsáveis por instalar toda a infraestrutura para levar aprogramação aos diversos pontos do país.Na audiência pública,realizada no prédio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico eSocial (BNDES), compareceram diversos representantes de empresas detecnologia, interessados em detalhar o projeto e oferecer sugestões.Para o representante da STB Digital, Armando Lemes, o desafio é garantir competitividade às empresas brasileiras, que terãode investir grandes somas de recursos em tecnologia. Segundo ele, sópara participar da disputa é preciso depositar uma garantia de R$ 85milhões, recurso considerável para uma empresa de médio porte como adele, situada no sul de Minas Gerais.“Uma parceria público-privadainternacional tira as chances de todos os fabricantes brasileiros departicipar. Então, a EBC deve repensar isso. Nós fabricantesbrasileiros, que investimos e trabalhamos aqui, conhecemos a nossatelevisão pública melhor que qualquer estrangeiro. Não podemos abrirmão, de espécie alguma, que alguém venha lá de fora para nos ensinar afazer televisão”, defendeu Lemes.O diretor de Serviços da EBC, JoséRoberto Garcez, que conduziu a audiência pública, explicou que alegislação não permite que se façam restrições à participaçãointernacional no projeto, mas que as contribuições serão levadas emconta ao longo do processo.“A participação de empresas nacionais einternacionais é possível para todos. O que não se pode é criar umaregra que beneficie exclusivamente empresas nacionais, até porque háetapas nesse processo que só podem ser feitas usando componentesinternacionais. Nós estamos absolutamente seguros quanto aos benefíciosque esse projeto dará a muitas empresas brasileiras, que poderãoparticipar em consórcios com empresas de outros países, trazendo essatecnologia para garantir o avanço da indústria aqui no Brasil”, disseGarcez.A próxima audiência pública acontece amanhã (28) emBrasília, no Espaço Cultural Anatel, no Setor de Autarquia Sul, Quadra6, Bloco C, a partir das 14h. Outras informações sobre o projeto podemser obtidas na página da EBC na internet (www.ebc.com.br).