Ministério da Saúde reduz gastos com as compras de medicamentos

27/01/2010 - 5h32

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Ministério da Saúde reduziu em quase 12% os gastos com as compras demedicamentos para tratamento da aids neste ano, o equivalente a umaeconomia de R$ 118 milhões.As grandes compras do governo paraabastecer todo o país e os esforços para a quebra de patentes, quepossibilitam a produção nacional do remédio ou a importação do genérico(mais barato) colaboram para a queda no custo dos contratos com oslaboratórios, segundo a diretora do Departamento de Doenças SexualmenteTransmissíveis, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde,Mariângela Simão.O ministério adquire 32 tipos de remédios,sendo 13 nacionais e 19 estrangeiros. Os últimos absorvem 72% doorçamento para as compras, que é de aproximadamente R$ 1 bilhão.Segundoa diretora, em 2008, depois de pressão do ministério e de organizaçõesda sociedade civil, não foi reconhecida a patente do antirretroviraltenofovir, que faz parte do tratamento de aids e da hepatite B crônica.Com isso, o preço do comprimido caiu de R$ 5,08 para R$ 3,50 – o quesignificou uma economia de R$ 47,4 milhões.Outro exemplo,citado pela diretora, foi o licenciamento compulsório, conhecidocomo quebra de patente, do efavirenz há quatro anos. Desde então, aqueda com as compras desse medicamento foi de R$ 204 milhões, conformeMariângela Simão.Segundo a diretora, com a diminuição nosgastos, o ministério quer ampliar a oferta de remédios mais caros parapacientes resistentes às drogas atuais. De 2003 a 2009, já foramincluídos três remédios para esse grupo e outro está sob análise doministério para passar a ser ofertado ainda neste ano. “Com essaredução, podemos incluir cerca de 15 mil pessoas por ano notratamento”, disse Mariângela Simão. Atualmente, 191 mil pessoas estão emtratamento contra a aids.