Lula critica a oposição por ter derrubado a CPMF em discurso no nordeste

27/01/2010 - 20h02

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Aodiscusar hoje (27) durante cerimônia de inauguração de uma Unidadede Pronto Atendimento (UPA), em Pernambuco, o presidente Luiz InácioLula da Silva voltou a criticar a postura dos partidos de oposiçãoque, segundo ele, derrubaram a Contribuição Provisória sobreMovimentação Financeira (CPMF), em 2008, “apenas” paraprejudicar seu governo.Deacordo com o presidente, o fim da CPMF não refletiu na diminuiçãodos preço dos produtos e foi um ato de “maldade” contra suagestão. Nesse ano de eleições, Lula afirmou que a população deveficar atentar aos “políticos com prazo de validade, que têm acabeça atrasada e não pensam de forma moderna”.“Queroque vocês guardem essa data [dezembro de 2008], porque daqui a poucovai chegar a eleição, e a desgraça da política é porque opolítico deveria ter carimbado na testa aquele prazo de vencimento.Não por idade, mas porque tem a cabeça atrasada e não pensa deforma moderna”, discursou Lula, acrescentando que a relação entregoverno federal, estados e municípios não pode ser prejudicada pordiferenças partidárias. “Algunspolíticos brasileiros e alguns políticos de Pernambuco, com o únicoobjetivo de tentar prejudicar o meu governo, derrotaram, em dezembrode 2008, a CPMF, que era o imposto sobre o cheque, que ajudava asaúde. Eles [a oposição] com medo de que fizéssemos isso[melhorasse a saúde], derrotaram. Eles, então, ficaram rindo, decerto que tinham acabado com o governo”, argumentou o presidente.SegundoLula, a derrota no Congresso que culminou no fim da CPMF fez com queo governo decidisse aumentar os investimentos em saúde. “Oimportante é que, para fazer desaforo para aqueles que, em dezembrode 2008, tiraram o dinheiro da saúde, decidimos fazer 500 UPAS, em2010, nesse país”, disse Lula. “Vamosconstruir [UPAS] na maioria das capitais e nos principais municípios,porque essa gente precisa saber que o povo brasileiro cansou dapoliticalha, da intriga, daquele político que não quer que venhadinheiro para o seu estado, porque quem está governando é seuadversário”.Aolado do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, Lula criticou osgovernos anteriores, a quem atribuiu a responsabilidade pelos atuaisproblemas enfrentados pelos estados nordestinos. “Por mais que agente faça, os governantes brasileiros ficaram tanto tempo sem fazernada, que a gente pode fazer cem em um dia, que ainda assim teríamosque fazer cem no outro dia para recuperar os danos que a elitepolítica causou a esse estado ao longo de tantas e tantas décadas”.Emrelação à sua participação, na próxima sexta-feira (29), noFórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, Lula disse queapresentará à “fina flor da economia mundial” os resultados dosprograma sociais adotados no Brasil. “Vou lá para dizer o que eufiz e que é possível fazer igual na África e na América Latinha.Dizer que os países ricos precisam tomar vergonha e ajudar a salvarpaíses como o Haiti que não podem ser vítimas do descaso”.