Renata Girardi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Sem relações com Honduras, desde o golpe de Estado em junho doano passado, o governo brasileiro impõe condições para reatar com opaís, segundo indicou hoje (27) o ministro de RelaçõesExteriores, Celso Amorim. O chanceler afirmou que ao hospedar opresidente deposto, Manuel Zelaya, na Embaixada do Brasil emTegucigalpa (capital de Honduras), o governo brasileiro colaborou parareduzir a violência no país.“A presença [do presidente depostona embaixada brasileira] ajudou que fosse possível pelo menos umasolução - mesmo que não seja ideal e nem correta. A solução corretaseria a realização de eleições com o presidente Zelaya no poder. Maspelo menos diminuiu o grau de violência”, afirmou Amorim, queparticipou da reunião das Nações Unidas sobre o Haiti, em Genebra (Suíça).Ainda nesta quarta-feira(27) Zelaya deve deixar a embaixada. Ele, a mulher Xiomara e um grupo de correligionários ocupam a representação brasileira desde 21 de setembro de 2009. O local é mantido sob forte esquema de segurança e tudo que é enviado aos hóspedes passa por uma rigorosa fiscalização.Desde o golpe de Estado, em 28 de junho de2009, o Brasil rompeu relações com Honduras. Também não considera comolegítima a eleição vencida pelo presidente Porfirio “Pepe” Lobo Sosa –empossado hoje no cargo. Porém, Amorim sinalizou que o governobrasileiro pode mudar de posição, de acordo com o tratamento que o novopresidente hondurenho conceder a Zelaya e aos golpistas.“Vamosver agora o que ocorrerá no futuro. [Tudo depende de] como o'presidente' Zelaya e as correntes que ele representa serão tratadas nofuturo”, disse o ministro. “O problema, portanto, não é o de reconhecero governo. O problema é o tipo de relação que se vai querer manter.”Adiscussão sobre Honduras será tema dos debates da reunião do Grupo doRio – que engloba os países das Américas do Sul e Central –, de 20 a 23de fevereiro, em Cancún (México).