Carca de 700 imóveis são liberados após vistoria técnica em São Luiz do Paraitinga

08/01/2010 - 14h08

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Uma semana depois de ter sido devastada pela maior enchente de suahistória, a cidade de São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba,ainda está em estado de calamidade pública. Mesmo consideradaslivres de risco de desabamento, centenas casas ainda estãodesabitadas, porque seus moradores perderam móveis e tudo quetinham.Dos 844 imóveis vistoriados pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas(IPT) até ontem (7), 146 foram interditados 146 e 689, liberados. Napróxima terça-feira (12), os técnicos voltam ao município paraacompanhar a equipe do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico,Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat).Segundo o diretor deTurismo da Prefeitura de São Luiz do Paraitinga, Eduardo de OliveiraCoelho, nenhum dos 2,4 mil desalojados conseguiu ainda voltar àscasas e muitos deles estão em casa de parentes ou de amigos emcidades vizinhas. Ele informou que, na manhã de hoje (8), era grandeo número de voluntários que continuam empenhados na força-tarefapara a limpeza da cidade.Amontoados de entulhoainda podem ser vistos na área mais afetada, o centro histórico. Aprioridade, segundo Oliveira Coelho, foi remover os destroços queocupavam as vias públicas.“Os moradores quepuderam entrar novamente em suas casas estão tirando a sujeira, mascomo perderam os móveis não poderão voltar a habitar nelas agora”,disse ele.Oliveira Coelho disseque as doações têm chegado em grande número, mas, como parte dasedificações foi destruída - inclusive, a sede da prefeitura - nãohá espaço para armazenar os volumes recebidos no município. Como opção, parte dasdoações está sendo guardada no 5º Batalhão da Polícia Militarde Taubaté, distante 45 quilômetros e em espaços públicos deLagoinha, que fica a 20 quilômetros.Cerca de R$ 1,5 milhãoque financiariam a construção de uma nova rodoviária,serão transferidos para as obras de reconstrução. O PlanoDiretor da cidade, apresentado ontem (7), prevê a construção de cem casaspopulares em terreno da prefeitura com o dinheiro repassado pelogoverno do estado. A prefeitura estima que os gastos com a reconstruçãopossam chegar a R$ 100 milhões.Até o final da manhã de hoje ainda não tinha sido localizado ohomem de 42 anos, desaparecido desde o último dia 1º, quando achuva elevou o nível do Rio Paraitinga a mais de dez metros acima donormal, causando destruição.A inundação atingiuprincipalmente a parte onde ficam os casarões históricos que são ogrande atrativo turístico da cidade, ao lado dos eventos regionais,musicais e da festa de carnaval.