Chuvas e deslizamentos de terra não oferecem riscos às usinas de Angra, diz Eletronuclear

05/01/2010 - 15h43

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O diretor-presidente da Eletronuclear – empresa responsávelpela gestão das usinas nucleares Angra 1 e Angra 2 –, Othon Pinheiroda Silva, disse que as chuvas e os deslizamentos de terras não oferecem riscos as usinas. Em ofício encaminhado hoje(5) ao procurador da República Lauro Coelho Júnior, o diretor daEletronuclear explicou que as usinas possuem equipamentos quemonitoram as encostas próximas às suas instalações e que, quando há necessidade,obras de reforços são feitas. “Os critérios de segurança de umaobra nuclear exigem cuidados muito maiores que o usuais naconstrução civil. Desta forma, a Eletronuclear investecontinuamente na garantia da segurança das encostas de Itaorna”,disse Silva em trecho do ofício.Ainda segundo ele, não há ameaça de que o Plano de Emergência Externo (PEE),acionado para evacuar a população local em caso de acidente nasusinas, fique prejudicado por causa da queda de encostas einterdição parcial da principal estrada da região, a BR-101. “Posso afirmar a VossaExcelência com toda certeza que, tendo em vista as alternativas deescape pela BR-101 na direção do estado de São Paulo, pela RJ-155na direção do Vale do Paraíba e pelo fato da zona central e maispopulosa de Angra dos Reis distar mais de 15 quilômetros (km) da CNAAA, não seconfigura até o presente um cenário de obstrução de estradas queimpeça a execução total, sem limitação, do PEE aprovado eperiodicamente testado, exercitado e revisado sempre que os testes eexercícios assim o recomendam”, continua Silva.A retirada da população em caso de acidente,segundo ele, é feita, inicialmente, em um raio de 3 km da centralnuclear. Em seguida, caso haja necessidade, são retirados osmoradores num raio de 5 km. O perímetro máximo que poderia seratingido por um vazamento de material radioativo nas usinas éde 15 km – o que ficaria ainda fora do centro populoso da cidade,de acordo com Silva.No último domingo (3), odiretor-presidente da Eletronuclear já tinha respondidonegativamente ao pedido do prefeito de Angra dos Reis, Tuca Jordão,para que as usinas fossem desligadas. Segundo ele, não há critériostécnicos que justifiquem o desligamento da central nuclear e aatitude seria “irresponsável”, uma vez que Angra 1 e 2respondem por 40% da energia consumida no estado do Rio de Janeiro. As usinas estão funcionando com 100% de suapotência e a garantia da plena capacidade de execução do PEE éapoiada pelo Corpo de Bombeiros e pela Defesa Civil do estado, afirmaSilva.