Cerca de 200 internos de São Paulo e do Rio Grande do Sul deixam de fazer prova do Enem

05/01/2010 - 18h30

Amanda Cieglinski e Daniel Mello*
Repórter da Agência Brasil
Brasília e São Paulo - Vintee sete internos da Fundação Casa (antiga Febem) de São Paulo e 181inscritos de 14 estabelecimentos penais do Rio Grande do Sul nãopuderam fazer hoje (5) as provas do Exame Nacional do Ensino Médio(Enem). Os testes foram aplicados a 12 mil detentos e internos em330 unidades prisionais. De acordo com o Ministério daEducação, os candidatos não puderam participar do exame por “falta deprovas ou de examinadores”. O Instituto Nacional de Estudos e PesquisasEducacionais (Inep) deve marcar nova data para aplicação de uma provareserva a esses inscritos. O Inep informou que as inscriçõesforam feitas por meio de formulário – e não pela internet como ocorrecom o Enem regular. Por essa razão, há a possibilidade de extravio dasfichas de inscrição desses detentos. O instituto vai checar oatestado de inscrição e a data da postagem do material pelas unidadesprisionais para decidir se haverá uma nova aplicação do exame. Segundo a gerente escolar daFundação Casa, Neuza Flores, os estudantes estavam prontos parafazer o exame, mas os fiscais e as provas não chegaram aos locais até as12h, como havia sido estipulado. “Eles estavam dentro dassalas de aula esperando as provas e os fiscais”, contou.O problema não foi maior, segundo ela, porque alguns adolescentes obtiveram autorização da FundaçãoCesgranrio, responsável por aplicar o Enem, para realizarem a prova emoutras unidades.De acordo com ela, 401 jovens estavaminscritos para serem examinados em 80 unidades da Fundação Casa.Entretanto, apenas 198 deles permaneciam internados até dezembro, o que não impede que eles retornem à instituição para realizar a prova.Agerente disse que o Inep entrou em contato com a fundação egarantiu que os adolescentes que perderam as provas não serãoprejudicados. “Ainda não temos uma posição exata, mas provavelmentehaverá uma nova data”, disse.O Enem é realizado nasdependências da Fundação Casa desde 2005 e, segundo Neuza, essa é aprimeira vez que ocorre um problema. Ela ressaltou que o exame é umaoportunidade importante para que os jovens infratores consigamcolocação no ensino superior. “O Enem é uma possibilidade de elesacessarem o Prouni [Programa Universidade para Todos]”, destacou.