Meninas de 13 a 19 anos são foco da campanha de prevenção à Aids

03/01/2010 - 10h11

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Durante o Carnaval de 2010, o Ministério da Saúde vai priorizar a campanha de prevenção à Aids no grupo de meninas de 13 a 19 anos. O motivo é o crescimento de casos entre as garotas dessa faixa etária nos últimos anos. Segundo o último Boletim Epidemiológico da Aids e de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), divulgado em novembro,foram registrados mais casos entre as garotas dessa idade em relaçãoaos meninos desde 1998. Atualmente, a cada 8 meninos infectados existem 10 casos de meninas. Antes, a proporção eram 10 mulheres para cada grupo de 15 homens. Segundo o diretor-adjunto do Departamento de DST,Aids e Hepatites Virais, Eduardo Barbosa, a maioria dos jovens busca opreservativo na primeira relação sexual. Mas quando o relacionamentofica estável, o uso da camisinha é deixado de lado. “Na medida que vãotendo confiança no companheiro abandonam o preservativo”, disseBarbosa, em entrevista à Agência Brasil. Com veiculação nasemissoras de televisão e rádio, a campanha vaiorientar os jovens sobre as formas de contágio da doença e os cuidadospara a prevenção, além da distribuição de camisinhas nos sambódromos eblocos de rua. O Ministério da Saúde já encomendou1,2 bilhão de preservativos para ações da pasta no decorrer dospróximos dois anos, conforme Barbosa.  Uma das políticas doministério para o público de 13 a 24 anos de idade é o programa Saúde ePrevenção nas Escolas, em que o estudante recebe orientações sobre ocontágio, sintomas, prevenção, tratamento e como viver com o vírus HIV.Conforme Barbosa, 50.214 escolas públicas e particulares já integram oprograma. Em 10 mil, o aluno pega o preservativo no próprio colégio. Adecisão de distribuir ou não étomada pela comunidade escolar. Segundo a representante da RedeNacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/Aids, em São Paulo,Micaela Cyrino, poucas escolas da capital paulista entraram noprograma. Ela atribui a baixa adesão às diferenças sociais na metrópolee o preconceito da sociedade em falar de sexo com adolescentes. “Aspessoas encaram como incentivo ao sexo e não como prevenção”, afirmou. A estimativa é que existam 630 mil pessoasinfectadas com o vírus HIV no Brasil.