Brasileiros são hostilizados na região de Albina onde houve o ataque no Suriname

03/01/2010 - 13h17

Renata Giraldi e Emerson Penha
Repórteres da Agência Brasil e da TV Brasil
Brasília e Paramaribo - A ordem de retorno do clima de normalidade, determinada pelo governodo Suriname, ainda não foi seguida na região de Albina (localizada a150 km de Paramaribo, capital do país), onde houve o ataque abrasileiros na véspera do Natal. Os poucos brasileiros que circulam na cidade são hostilizados. A recomendação dos policiais épara que evitem o local. As imagens ainda são desoladoras: construçõesincendiadas e lojas fechadas.Desde o conflito do último dia 24,quando “marrons” (como são chamados os quilombolas no país) atacarambrasileiros, chineses e javaneses com agressões físicas, estupros edepredações, os brasileiros foram retirados da região Albina. A maioriaestá hospedada em hotéis na capital do Suriname, alguns foram para casade amigos e um pequeno grupo retornou ao Brasil.Na capital doSuriname, os brasileiros podem andar pelas ruas e frequentar o comércio,sem restrições nem agressões verbais. Porém, os que viviam em Albinaquerem retornar para a cidade e manter as atividades que desempenhavam– basicamente exploração de garimpo e comércio.Em conversas comdiplomatas, o grupo que está hospedado em Paramaribo demonstrouinteresse em permanecer no Suriname. O objetivo dos homens e mulheres éeconomizar dinheiro, a partir da exploração do garimpo, para só depoisretornar ao Brasil.Paralelamente o governo brasileiro vaidefinir até o final desta semana se haverá envio de ajuda financeiraaos brasileiros, que foram retirados da região de Albina, e a possibilidade de reencaminhá-los para a área comapoio logístico e de segurança.Os brasileiros que retornaram aoBrasil receberam US$ 100 e uma muda de roupa. De acordo com diplomatas,as despesas com dinheiro e roupas estão incluídas na assistênciaconsular. Os gastos de hospedagem, alimentação e vestimentas, além dehospital e medicamentos, são custeados pelo governo brasileiro. No totalcerca de US$ 40 mil foram gastos.