Para Unaids, dados sobre aids são positivos mas ainda preocupam

24/11/2009 - 0h08

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Programa das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) alertou hoje (24) que a epidemia da doença tem avançado e que os esforços deprevenção não acompanham o ritmo das mudanças. Apesar de o Relatório sobre a Epidemia Global de Aids 2009 indicar umaqueda de 17% nas novas infecções pelo vírus, o coordenador doUnaids no Brasil, Pedro Chequer, avaliou que os dados aindapreocupam.

Durante olançamento do documento, ele destacou uma espécie de novo perfil daaids, já que os picos de maior número de infectados e de maiornúmero de mortes foram registrados em 1996 e 2004. Os dados atuaisrevelam que o número de pessoas que vivem com a doença nunca foitão grande e já soma 33,4 milhões de infectados.

“Hánecessidade de uma reflexão profunda do ponto de vista de políticaspúblicas para que possamos enfrentar essa epidemia”, disseChequer. Desde o início da epidemia, 60 milhões foram infectadas e25 milhões já morreram em consequência da doença.

Atualmente,surgem mais de 7.400 novos casos por dia – mais de 97% deles empaíses de baixa ou média renda e 40% entre jovens maiores de 15anos. Para Chequer, a população jovem tem se mostrado vulnerávelao HIV por conta da falta de informação e de acesso aos meios deprevenção.

Eleressaltou que a vacina contra a transmissão vertical –quando o vírus é passado de mãe para filho durante a gestação,no momento do parto ou mesmo com o aleitamento materno – existedesde 1997, mas que não há uma demanda social forte. “Essedistanciamento em relação a um tema crônico tem dificultado e nãohá mobilização dos profissionais de saúde”, afirmou, ao lembrarque algumas gestantes ainda fazem o pré-natal sem passar pelo testee sem tratamento para a aids.

“Acomemoração ocorre com cautela. É preciso mais investimentos etrabalhar com cenários regionais para estabelecer parâmetros deprevenção e de diagnóstico”, disse.

Entre asprioridades para 2009, o Unaids destacou a prevenção da morte demães e bebês infectados; a garantia de que pessoas que vivem com ovírus recebam tratamento; o combate às mortes de soropositivosprovocadas pela tuberculose; o fim da violência contra mulheres emeninas; o empoderamento (tradução da palavra inglesa empowerment, que  significa dar poderes de decisão, participação e autonomia a uma pessoa) de jovens para que se protejam contra adoença; e o fortalecimento de uma rede de proteção social parapessoas infectadas.