Apex defende maior participação de pequenas e médias empresas nas exportações

24/11/2009 - 19h30

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Nos próximos 15 anos, o Brasil vai estar entre as cinco ou seis maiores economias mundiais mas, para que isso ocorra, o presidente da Agência de Promoção de Exportações (Apex-Brasil), Alessandro Teixeira, destacou ser fundamental reforçar no país o papel das empresas comerciais exportadoras, conhecidas como tradings.

As comerciais exportadoras desempenham função de destaque em todos os mercados prospectados pela Apex, salientou Teixeira. Na sua avaliação, elas podem melhorar a inserção de micro, pequenas e médias companhias nas exportações brasileiras, seja em termos de volume, como de qualidade. “A conclusão é que nós precisávamos retomar o trabalho com as tradings”.

 A meta, revelou o presidente da Apex, é elevar em 10%, no ano que vem o número de micro e pequenas empresas exportadoras em relação a 2008, quando elas totalizaram 11.120 companhias, que geraram exportações de US$ 2,37 bilhões, ou o equivalente a 1,2% das vendas brasileiras ao exterior.

“As comerciais exportadoras podem dar uma musculatura maior ao comércio exterior brasileiro”, reiterou Teixeira. Segurança jurídica e risco mais baixo são alguns   dos elementos positivos que as ‘tradings’ podem trazer ao comércio externo do Brasil, frisou.

 Teixeira apresentou estudo realizado pela Fundação Getulio Vargas sobre o  setor de tradings no Brasil, durante o 29º Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex), aberto hoje (24) na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Do total de companhias exportadoras existentes no país, 28%, ou 5.670,  são tradings. Essas empresas comerciais exportadoras  responderam por US$ 21 bilhões em exportações, no ano passado.

 O catálogo eletrônico lançado pela Apex na internet já conta com 538 tradings cadastradas que devem exportar mais de US$ 3 bilhões até o final deste ano. Teixeira acredita que o número de comerciais exportadoras incluídas no Diretório de Tradings do Brasil poderá chegar,  nos próximos dois anos, a 1.200 empresas. Para isso, a Apex já definiu estratégias comerciais para o próximo ano que  englobam ações no Oriente Médio, Eurásia e Sudeste Asiático, com a participação de ‘tradings’.

 De acordo com o estudo realizado pela FGV para a Apex, atualmente 30% das  tradings  são da área de máquinas e equipamentos. “Não tem como pensar em expandir o comércio externo se não tiver a expertise desse mercado das comerciais exportadoras”, assegurou Teixeira. Essa é, afirmou, uma ferramenta  para que o Brasil possa enfrentar a concorrência dos mercados indiano e chinês.

 O presidente da Sertrading, maior trading do Brasil,  Alfredo de Goye, anunciou que já está sendo criada a Associação Nacional de Tradings, que busca a centralização da atividade no país.