Antes de deixar o cargo, diretor afirma que crise internacional foi o grande teste para o BC

16/11/2009 - 20h08

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Em sua última aparição pública no cargo, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Mário Torós, disse hoje (16) que a crise financeira internacional foi o grande teste pelo qual passou o Banco Central nos últimos anos. Segundo ele, as medidas de proteção do sistema financeiro, aplicadas pelo BC, estavam na direção correta e trouxeram resultados positivos. Torós deixou o cargo de diretor, após a veiculação de uma entrevista ao jornal Valor Econômico na última sexta-feira (13). Oficialmente, a saída ocorreu por motivos pessoais. Na entrevista, ele relatou os bastidores do governo na crise e contou detalhes sobre as dificuldades enfrentadas por determinadas instituições financeiras. O indicado para substitui-lo é Aldo Mendes, ex-vice-presidente do Banco do Brasil.  “Acho que conseguimos atingir os nossos objetivos”, disse o diretor.

Torós afirmou que a faltade crédito que ocorreu no país, a partir do segundo semestre de 2008,deixou claro que o BC não poderia usar apenas a taxa de juros comoinstrumento para  enfrentar a crise. Por isso, o BC liberou R$99,8 bilhões dos compulsórios dos bancos e injetou os recursos nosbancos de pequeno e médio portes.

Ele informou que a média diária deconcessão de crédito entre janeiro e setembro de 2008, que era de R$7,1 bilhões, já foi recuperada, atingindo o mesmo patamar entremarço e setembro deste ano, após sofrer forte retração devido à criseglobal.

Torós participou de seminário comemorativo dos 30 anos do Sistema Especial de Liquidação e Custódia. O Selic é administrado pelo BC e operado em parceria com a atual Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, resultante da fusão entre a Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima) e da Associação  Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid).