Adesão da Venezuela ao Mercosul deve ser votada no Senado na quarta

16/11/2009 - 18h50

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Determinada a aprovar a integração da Venezuela ao Mercosul com uma margem de pelo menos dez votos, a base aliada vai colocar o protocolo de adesão em votação no plenário do Senado na quarta-feira(18). A votação já foi adiada duas vezes por falta de segurança dosgovernistas na aprovação da proposta. Desta vez, a oposição enviourecados de que não pretende obstruir a votação, mas aplicar aestratégia de esgotar o debate.Na prática isso significa que a sessão de quarta-feiradeverá ser longa e poderá se estender madrugada adentro. Os senadoresde oposição pretendem intercalar longos discursos sobre aparticipação da Venezuela no Mercosul. Em contrapartida os senadores dabase aliada deverão responder em defesa da participação dosvenezuelanos.  O tema irá à votação no plenário depois de quaseum mês da aprovação na Comissão de Relações Exteriores do Senado –no dia 29 de outubro.Na comissão, a aprovação foi possível porque o líder do governo noSenado, Romero Jucá (PMDB-RR), apresentou um voto em separado contra oproposto pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Jucá defendeua participação da Venezuela, enquanto Tasso argumentou que a adesão dovizinho ao bloco não traria benefícios políticos aos acordos. Para aoposição, a presença da Venezuela sob comando do presidente Hugo Chávezé uma ameaça à democracia interna no Mercosul e nas relações do blococom outros países, como os Estados Unidos. Na semana passada, atensão no Congresso brasileiro aumentou depois que Chávez convocoumilitares venezuelanos para que se preparassem para um eventual conflitocom a Colômbia. Os governos da Venezuela e Colômbia vivem um período detensões. Em julho,Chávez rompeu as relações diplomáticas com os colombianos e a partir deentão intensificou as críticas ao acordo firmado entre a Colômbia e osEstados Unidos para a instalação de bases militares. Porém, aeventual aprovação do governo do Brasil à adesão da Venezuela nãosoluciona o impasse. O governo do Paraguai adiou para o próximo ano osdebates e a votação da proposta, uma vez que o presidente paraguaio,Fernando Lugo, recebeu informações de que a medida poderia serrejeitada pelos congressistas. Os governos da Argentina e doUruguai já aprovaram a integração dos venezuelanos ao bloco. Opresidente Luiz Inácio Lula da Silva e interlocutores do governo atuamem favor da adesão da Venezuela.Paralelamente, um grupo dedeputados brasileiros está em Caracas com o objetivo de conversar comautoridades federais em busca de respostas sobre o impasse envolvendoos governos da Venezuela e da Colômbia. A missão parlamentar chegouontem à capital venezuelana.