Perda de potência impediu que voo da FAB prosseguisse, diz comandante

02/11/2009 - 19h37

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - O primeiro-tenenteCarlos Wagner Ottone Veiga declarou hoje (2) em Manaus que uma perdade potência no motor do C 98 Caravan impediu o prosseguimento dovoo que ia de Cruzeiro do Sul (AC) a Tabatinga (AM). Houve ainda aumento de temperatura do motor da aeronave que fez um pouso forçado na última quinta-feira (29). Das 11 pessoas que estavam na aeronave, nove sobreviveram. Segundo ele, o avião estava a cerca de 3 mil metros de altura. “Várias coisaspodem ter acontecido e ainda não é possível especificar porquehouve a perda de potência”, disse. Do momento em que se percebeu oproblema até o pouso forçado, ele estima que tenham passado 5minutos.Ainda segundo primeiro-tenente, um cheiro de fumaça foi sentido minutos antes do pouso sobrea água. Ele estima que a aeronave estivesse a 160-170 quilômetros por hora  no momento de pouso e afirma que o motor foi desligado segundos antes de pousar.Além do tenente Veiga,dois tripulantes sobreviveram ao acidente: o tenente José Ananias daSilva Pereira e o primeiro-sargento Edmar Simões Lourenço. Essa foia primeira vez que os três militares se apresentaram à imprensapara conceder entrevista.Durante coletiva, elesconfirmaram que o suboficial Marcelo dos Santos Dias, que não sobreviveu,chegou a sair da aeronave, mas não souberam dizer o porque de elenão ter conseguido chegar à margem do igarapé.“Dos 11 passageiros,dez conseguiram sair e conseguimos contar esses dez ainda nadando,antes de chegar à margem do igarapé. A correnteza era muito forte,mas todos se ajudaram.”Veiga contou tambémque, para passar a noite na mata, o grupo acendeu duas fogueiras paraafastar os mosquitos e evitar a aproximação de animais da selva já que a área não éhabitada.“Não houve momentode pânico generalizado. Fizemos uma oração e ficamos tristes pelasvidas perdidas, mas no amanhecer do dia seguinte já começamos aouvir o barulho das aeronaves [que faziam as buscas]”.O comandante do 7ºComando Aéreo Regional, major-brigadeiro do ar, Jorge Cruz Souza eMello, confirmou que a retirada da aeronave do local do acidenteainda levará alguns dias para ser feita.Hoje (2) um equipamentopara puxar a aeronave do rio foi levado ao local. “Amanhã umaequipe de desmontagem sairá de Manaus para o local. Por enquanto, oplano é, a partir de quarta-feira, começar a desmontar o aviãopara facilitar o deslocamento”, disse Mello.