Governo diz que Zelaya poderá ficar o tempo que for necessário na embaixada brasileira

24/09/2009 - 18h07

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O porta-voz da Presidência da República, Marcelo Baumbach, disse hoje(24) que o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, poderá ficarabrigado na embaixada brasileira, em Tegucigalpa, o tempo que quiser. “Éclaro que o presidente Zelaya ficará na embaixada brasileira o quantofor necessário para que se resolva a situação. O Brasil deu abrigo parao presidente Zelaya, ele corre o risco de ser preso ao sair daembaixada”, disse Baumbach.O Ministério das Relações Exterioresinformou que 100 pessoas estão com Zelaya na embaixada. Questionado seo grupo também é considerado abrigado, o porta-voz respondeu que ogoverno não vai selecionar quem precisa ou não de proteção. “Se aspessoas entraram na embaixada brasileira e pediram essa proteção sesupõe que elas necessitem. O governo brasileiro não está preocupado nomomento em fazer uma seleção de quem precisa ou não estar lá”, alegou.Deacordo com Baumbach, o presidente Lula não autoriza o uso da embaixadapara “conchavos políticos”. “O presidente Lula não autoriza que sejautilizada a embaixada para conchavos políticos. Acreditamos que existapossibilidade de solução negociada para esse problema. O Brasilacredita que a solução negociada já está a caminho”, afirmou.Baumbachreafirmou que o governo brasileiro não sabia do plano de Zelaya deretornar a Honduras e que o pedido para que ficasse na embaixada foi umasurpresa. Em Nova York, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmouque sabia da volta do presidente deposto e ajudou a “despistar”autoridades enquanto o hondurenho tentava retornar ao país. Lulae Chávez vão se encontrar neste fim de semana para encontrobilateral e para a Cúpula América do Sul-África (ASA), em Isla Margarita, naVenezuela. Eles devem discutir a situação de Honduras. Desde a volta de Zelaya a Honduras na segunda-feira(21), as ruas de Tegucigalpa viraram palco de manifestações a favor econtra o presidente deposto. Mais de cem pessoas foram presas e umamorreu por causa de confrontos entre a polícia hondurenha emanifestantes pró-Zelaya, conforme informações da agência de notíciasBBC Brasil. Devido aos protestos, a embaixada brasileira está cercadapor policiais e soldados hondurenhos.