Foco do sistema público de saúde deve ser medicina preventiva, diz médica

19/09/2009 - 17h14

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Obrasileiro ainda não está bem informado quando oassunto é saúde, de acordo com a diretora científicada Associação Médica de Brasília, GlóriaMaria Andrade. Durante a 9ª Feira de Saúde de Brasília,ela alertou que o sistema de saúde brasileiro “ainda éfalho” e que o desafio é substituir a medicina que cura pelamedicina preventiva.

“Amedicina curativa teve seu papel no século passado, masprevenir é muito melhor que curar. Falta educação.A população tem que se sentir responsável”, disse. Segundo Glória Maria, o objetivo da feira élevar àpopulação informações educativas epreventivas sobre a saúde com foco na qualidade de vida.

“Asaúde é um bem de todos, um direito do cidadão.Está na Constituição e, de acordo com aOrganização Mundial da Saúde (OMS), a saúdeé muito mais do que o físico, é o bem-estarsocial também”, completou.

Gilmarado Amaral é aluna do 2º semestre de medicina e participado evento como instrutora. Para ela, essa é a oportunidade devivenciar a prática, orientando as pessoas. “Uma feira como essa ajuda porque a pessoa pergunta muito, vai atodos os stands, quer fazer todos os exames.”

A colegade classe Kamila Kaline também trabalha no local comoinstrutora. Ela relatou que a maioria das pessoas que chega àfeira quer uma solução rápida e de qualidadepara um problema de sáude específico. “Muitas vezes,o que falta é a atenção primária, a buscade informação pelo paciente para prevenir adoença. Falta interesse da população para a própria saúde.”

FelipeQueiroz, de 12 anos, já havia pedido ao pai para fazer um cursode primeiros socorros. Ao chegar à feira, viu a oportunidadeoferecida por uma equipe médica com stand montado nolocal. “Aprendi que, quando uma pessoa está mal, vocêtem que colocar a mão no peito e bombear ar para ela pegar oritmo de novo”, contou o estudante. “É importante porque,às vezes, pode acontecer alguma coisa com alguém decasa ou da família.”

JáAlice Almeida tem 76 anos, mas não deixou de participar dosserviços oferecidos no evento. Durante um passeio com omarido, ela aproveitou para medir a pressão. O resultado: 13por 8, normal, segundo a equipe responsável pela aferiação.Mas Alice admite que tem pressão alta. A aposentada contou que toma remédio para controlede pressão há três anos, mas que, em algunsmomentos, esquece de tomar o medicamento. “Agora mesmo, esqueci pordois dias mas, a partir de agora, vou deixar o remédio em cimada mesa do jantar que é para não esquecer mais.”