MEC compra 114 milhões de livros a um custo de R$ 622 milhões

25/08/2009 - 18h54

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Ministério daEducação (MEC) encerrou ontem (24) a compra de 114,8 milhõesde livros didáticos que serão usados por 36 milhõesde alunos de escolas públicas entre 2010 e 2012. No total, ogasto será de R$ 622,3 milhões. Em 2009 o ProgramaNacional do Livro Didático (PNLD), administrado pelo FundoNacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE),concentrou-se na aquisição de obras para atender osalunos do 1° ao 5° ano do ensino fundamental. Os livros jávirão adaptados às novas regras do acordo ortográfico.Os livros devem serutilizados por três anos, quando é feita uma novanegociação. Apenas os livros do 1° e 2° ano sãoconsiderados “consumíveis” e utilizados por apenas umaluno. De acordo com o diretor de ações educacionais doFNDE, Rafael Torino, cerca de 13% das obras adquiridas todos os anossão para reposição, ou seja, para substituir oslivros que foram danificados ou não foram devolvidos.Do total de obrasadquiridas para 2010, o maior volume vai para o ensino fundamental:103,5 milhões de livros didáticos de 1.788 títulosdiferentes. Cada exemplar desta etapa custará em médiaR$ 4,87. Para o ensino médio foram negociados 11,2 milhõesde exemplares de 250 títulos para reposição. Ocusto da compra será de R$ 117,3 milhões com valormédio de R$ 10,48 por obra. De acordo com Torino, em relaçãoao ano passado houve um aumento de 5% no preço dos cadernostipográficos (grupo de 16 páginasque compõem um livro). “Isso se deveprincipalmente à tiragem porque no ano passado eu tive umatiragem global de 2,1 bilhão de cadernos tipográficos enesse ano 1,7 bilhão. O preço é sempre muito sensível a essa quantidade que é negociada”,explica.Ao todo, 17 editorasparticiparam da negociação e vão produzir os livros. Segundo oFNDE, cinco grande editoras concentram 80% do atendimento: FTD,Moderna, Ática, Saraiva e Scipione. Para Torino, essaconcentração é um reflexo da realidade domercado.“Geralmente a editoraque tira o primeiro lugar tem uma participação maior domercado. O importante é que a gente não observa amanutenção de uma mesma editora no primeiro lugar, háum revezamento. A cada ano uma delas faz um investimento maior parater obras mais atraentes e acaba sendo mais escolhida pelas escolas.”Para 2010, a FTD seráa editora com o maior número de obras vendidas para o ensinofundamental: 24 milhões de exemplares ao custo de R$ 109milhões. “A forma que a gente atua para minimizar essaconcentração é estimular a participaçãodas editoras pequenas. Como elas tem uma tiragem menor, o preçodelas é maior, mas a gente leva isso em consideração.Isso pode até encarecer o programa, mas é importanteter interlocução com um número grande deeditoras”, afirma.Também foramconcluídas as negociações para compra das obrasdo Programa Nacional do Livro Didático para Alfabetizaçãode Jovens e Adultos (PNLA). Os 2,8 milhões de livros que serãoutilizados por alunos das turmas do Brasil Alfabetizado totalizaramR$ 18,8 milhões a um preço médio de R$ 6,60.Além dos valoresque serão repassados às editoras, o FNDE pagaráaos Correios R$ 117 milhões para os custos de entrega dasobras às escolas.