Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Estudo da organização não governamental (ONG) Criança Segura, com base em dados do Ministério da Saúde, aponta redução no número de mortes de crianças nos últimos anos por causa de acidentes. Em 2000, 6.656 crianças de até 14 anos foram vítimas de acidentes. Em 2007, esse número foi de 5.324 mortes, uma redução de 17%. Deacordo com a coordenadora de projetos da ONG, Ingrid Stammer, apesarda redução, esse número ainda é alto. “Osnúmeros estão reduzindo, mas é preocupanteporque 90% deles poderiam ser evitados. Por isso nós acreditamos queessa redução poderia ser maior. Continuamosdesenvolvendo um trabalho para sensibilizar a comunidade paragarantir um comportamento mais seguro para as crianças”,afirmou.Grandeparte dessas mortes é decorrente de acidentes de carro que em2007 representaram 2.134 do total, seguido de afogamentos,1.382; sufocações, 701; queimaduras, 337; quedas, 254;intoxicações, 105; acidentes com armas de fogo, 52; eoutros, 359. Outrodado destacado por Ingrid é o número de hospitalizaçõesde crianças de até 14 anos causadas por acidentes. Em2007 foram 136.329 no total, sendo que grande parte delas (73.455) por queda.Ingriddisse ainda que grande parte desses acidentes poderiam ser evitadosmas eles ainda acontecem porque os pais e as pessoas que cuidam dascrianças acreditam que os acidentes são fatalidades.“Apesar de todas as medidas que podem ser tomadas, [os paisacham que]inevitavelmente esses acidentes vão acontecer, só queos estudos mostram que isso não é verdade”, disse acoordenadora.Deacordo com a médica responsável pelo 2ºBatalhão de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros deBrasília (DF), Vilanyr Félix, as crianças de8 e 14 anos são as que mais sofrem acidentes. “Essaé a idade na qual elas estão mais ativas, realizando omaior número de atividades físicas. É a fasemais hiperativa da criança. Trinta e um por cento dosacidentes ocorre nessa faixa etária”, explicou. Emseguida estão as crianças entre 2 e 4 anos, querepresentam entre 17% e 20% dos acidentes. “Essa é a faixana qual a criança começa a aprender a andar, já estácorrendo, e muitas vezes ela fica sozinha em algum ambiente da casa”,disse.Deacordo com a médica, o lugar em que os pais devem tomar maiscuidado é a cozinha onde há panelas quentes, fornos e produtos delimpeza que podem fazer mal à criança. “Hoje,recomenda-se colocar uma barreira na porta da cozinha que impeçaa criança de entrar sem um adulto”, disse.Os pais devem estar atentos também às janelas. Vilanyrrecomenda colocar telas de proteção e nãodeixar sofás próximo da janela para evitar que a criança caia ou até mesmo que pule.