Seminário discute formas de disseminar informações sobre hanseníase

16/08/2009 - 13h08

Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Técnicos de 15 secretarias estaduais de Saúde e jornalistas discutem amanhã (17) e terça-feira (18),em seminário, na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade deBrasília (UnB), a epidemiologia da hanseníase, a circulação deinformações a respeito da doença e o esclarecimento da população, linguagem e mobilizaçãosocial para ação comunicativa a respeito do diagnóstico, cuidados etratamento da doença.Dados referentes a 2008, sobre a situação epidemiológica da hanseníase no Brasil, mostram que ocoeficiente de detecção da doença é de 21,08 pessoas a cada 100 milhabitantes. Os números são do Ministério da Saúde.A hanseníase prevalece em regiões sem saneamento básico daAmazônia Legal (38,9% dos casos) e do Nordeste. Os estados com maiorincidência são: Mato Grosso, Tocantins, Rondônia, Maranhão, Pará,Roraima, Piauí, Acre e Pernambuco. Tocantins lidera em número de novoscasos diagnosticados.A doença atinge mais os homens (55,2% dosnovos casos) do que as mulheres. Conforme estudo do ministério, 53,4% daspessoas infectadas não concluíram o ensino fundamental e 8,7% daspessoas são analfabetas. O baixo perfil escolar dificulta a orientaçãodas pessoas, é o que afirma Kátia Souto, consultora da Secretaria deVigilância da Saúde do ministério e uma das responsáveis pelo seminário.Segundoela, a população mais vulnerável à hanseníase tem dificuldadesde acesso a informações, principalmente as que constam em folhetos impressos, o que exigeestratégias especiais de comunicação para tratar da doença. “Acomunicação é imprescindível para a informação e prevenção e pararomper com preconceito e o estigma em torno da doença.”Para Kátia, o rádio é o veículo ideal para alcançar umapopulação dispersa e pouco escolarizada. Participam do seminário as jornalistas Mara Régia e Luiza Inês, respectivamente, da Rádio Nacional da Amazônia eda Rádio Nacional AM, além do ouvidor das duasemissoras da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Fernando Paulino. A hanseníase é infecciosa,crônica e pode deixar seu portador com incapacitações físicas, inclusivena faixa etária economicamente ativa. A doença é transmitida pelocontato a longo prazo com pessoas portadoras e pode levar até sete anospara se manifestar. Iniciada a medicação, cessa o contágio. Quanto maiscedo o diagnóstico e o tratamento, menor a possibilidade de sequelas. Opercentual de cura verificado, em 2008, foi de 80%. Mais informaçõespodem ser obtidas pelo e-mail hanseniase@saude.gov.br ou pelo Disque Saúde, no número 0800 61 1997. A ligação é gratuita.