Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O novo presidente da EmpresaBrasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), MuriloMarques Barboza, tomou posse do cargo na tarde de hoje (13)prometendo não romper com a linha de trabalho de seusantecessores. “Não esperem nenhum choque de gestão.Venho para dar continuidade ao competente trabalho de meusantecessores”, afirmou ele em seu discurso de posse.
Ao admitir “os enormes desafios”que terá que enfrentar, Barbosa garantiu que a Infraeroconseguirá atender em tempo hábil às exigênciasde melhoria da infraestrutura aeroportuária que o paísprecisa cumprir até o início da Copa do Mundo de 2014.Para ele, é necessário ampliar a malha aeroviárianas regiões Centro-Oeste e Norte, sem descuidar dosequipamentos já existentes nas regiões Sul e Sudeste.
Perguntado sobre os projetos deabertura de capital da empresa e de concessão de aeroportoshoje administrados pela estatal à iniciativa privada, Barbosadisse que essa é uma decisão de governo e que nãocabe aos gestores da Infraero questionar. Lembrado de que oex-presidente da empresa, Sergio Gaudenzi, teria deixado o cargo pordiscordar da concessão de aeroportos, que consideravaprejudicial às contas da estatal, Barbosa disse confiar que ogoverno tomará a melhor decisão para a Infraero.
“A abertura de capital estásendo estudada pelo BNDES (BancoNacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e pelaAnac (Agência Nacional deAviação Civil), e nós cumpriremos osobjetivos que o governo determinar”, afirmou Barbosa. “A mesmacoisa para a concessão de aeroportos. Tenho confiançano trabalho que está sendo feito pela Anac e, certamente, se opresidente da República decidir por determinada linhapolítica, vamos atendê-la pois isso certamente seráo melhor para a empresa”, completou.
Presente à cerimônia deposse, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que a intençãodo governo é limitar a 49% a abertura do capital da empresapara garantir que o governo detenha a maior parte das açõesda estatal.
De acordo com Jobim, Barbosa teráque preparar a infraestrutura necessária para abrigar ocrescimento do número de usuários de transportesaéreos, levando em conta a demanda extra por ocasião degrandes eventos esportivos. A jornalistas, o ministro admitiu que osetor tem “gargalos”, mencionando os aeroportos de Guarulhos(SP), Vitória (ES), Goiânia (GO) e Brasília (DF),que “já está saturado”. Em tom de brincadeira,Jobim disse para Barbosa que “se [ele] não trabalhardireito, sai”.
Engenheiro eletricista, Barbozaocupava a chefia de gabinete do Ministério da Defesa desdejulho de 2007. Antes, já havia sido assessor dos ministrosJosé Viegas (2003/2004) e Waldir Pires (2006/2007) e dovice-presidente da República, José Alencar, durante operíodo em ele comandou a pasta, entre novembro de 2004 emarço de 2006. Barboza também presidia o ConselhoFiscal da Infraero.
“Minha experiência noministério me propiciou um contato com a complexidade daaviação civil brasileira e um convívio comautoridades do setor. O período que estive à frente doConselho Fiscal da Infraero me propiciou conhecer sua missão,sua organização e seus desafios”, disse Barboza.