Encontro discute linhas de crédito do BNDES para empresas do ABC Paulista

31/07/2009 - 17h48

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Prefeitos, secretários, sindicalistas, empresários e representantes de bancos públicos e privados participaram hoje (31) de um seminário em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, com a presença do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, para debater linhas de crédito para a região. O debate foi promovido pelo Grupo de Trabalho (GT) de Crédito do ABC, criado como resultado do seminário o ABC do Diálogo e do Desenvolvimento, realizado em março pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.O grupo de trabalho apresentou ao BNDES as seguintes propostas: disponibilização de novas linhas de crédito com taxas e prazos diferenciados com contrapartidas; criação de linhas de financiamento de capital de giro dentro de cadeias produtivas específicas; estruturação de linhas de crédito que viabilizem a antecipação dos créditos tributários estaduais e federais; e viabilização de crédito para as micros, pequenas e médias empresas participantes de Arranjos Produtivos Locais.Além disso, pede a criação de cartão BNDES para caminhoneiros autônomos e trabalhadores autônomos em geral; viabilização de crédito para os empreendimentos solidários; criação de metas de operações realizadas pelos operadores das linhas de financiamento BNDES e desburocratização do acesso ao crédito das operações realizadas pelos operadores nas linhas de financiamento do BNDES.Segundo Coutinho, em uma semana o BNDES colocará à disposição o Fundo Garantidor de Investimentos, que permitirá que o crédito do banco se torne mais fácil e acessível para as pequenas empresas do ABC. “Vamos poder oferecer uma garantia segura de risco e crédito para os bancos operarem essas linhas de crédito. Temos a esperança de destravar o crédito para as pequenas empresas com a implantação eficaz desse fundo”. De acordo com ele, o BNDES acredita que com relação aos repasse dos recursos do banco há um potencial de garantir a curto prazo R$ 8 bilhões em crédito para os pequenos negócios, com expectativa de crescimento desse valor ao longo de 2010.Coutinho afirmou que o país saiu da crise e que a economia está voltando a crescer com o mercado interno firme, a renda e o emprego crescendo. A expectativa, assinalou, é a de que haja uma recuperação gradual e segura da produção industrial e dos investimentos no segundo semestre. “Tudo isso em direção a um crescimento de pelo menos 4% em 2010. O pior da crise no Brasil já passou. O Brasil é uma economia que está se recuperando de maneira firme e sustentada, a inadimplência já chegou no máximo e a tendência dela será cair. Com o apoio de um fundo garantidor, a cautela dos bancos poderá ser ultrapassada.”O vice-presidente da Agência de Desenvolvimento do Grande ABC, Valter Moura, afirmou que o crédito não é problema apenas da região e sim nacional. Segundo ele, a presença de Coutinho no seminário fará com que o BNDES amplie sua atuação no ABC. “Até porque o empresário e o cidadão não sabem quais os beneficios que podem ter através do BNDES. Falta divulgação sobre isso. Nós temos aqui um posto do BNDES, que é pouco frequentado”. Para ele, é preciso que o próprio BNDES busque os empresários e os oriente sobre o que o banco disponibiliza.O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, disse que a expectativa dos sindicalistas é a de que os crédito comece a chegar mais facilmente até as pequenas empresas e que firmas exportadoras comecem a se voltar também para o mercado interno. “Principalmente com a expectativa que temos em torno do pré-sal, que está aqui do nosso lado, de tentar fazer com que as empresas voltem a fazer equipamentos para o petróleo e gás que devem crescer no período.”Nobre ressaltou que, por ser um banco de fomento e desenvolvimento, o BDDES precisa estar mais acessível aos empresários. “Uma parcela importante dos empresários menores às vezes não tem sequer conhecimento das linhas que existem, não tem apoio para formular os projetos para ter acesso a esses financiamentos. Então, reestruturar as agências do BNDES aqui para fazer esse serviço é fundamental.”