Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A demanda pelos títulos do Tesouro Nacional lançados hoje (29) nos Estados Unidos e na Europa atingiu US$ 7 bilhões e superou em 14 vezes a oferta, disse há pouco o ministro da Fazenda, Guido Mantega. O governo brasileiro ofereceu US$ 500 milhões e conseguiu juros de 6,45% ao ano, os menores para papéis com prazo de cerca de 30 anos desde que o Tesouro passou a emitir títulos com vencimento em 2037, em janeiro de 2006.Na última vez em que o governo tinha lançado os papéis com vencimento em 2037, em janeiro de 2007, o Tesouro tinha conseguido juros de 6,635% ao ano. Juros menores significam que os investidores internacionais estão menos desconfiados do risco que o país dê calote."O título brasileiro colocado no mercado internacional foi um sucesso", disse o ministro, ao comentar o resultado da emissão. "Antes da crise, num momento de maior tranquilidade, pagamos juros mais altos." Mantega afirmou ainda que as próximas emissões no exterior devem obter juros menores porque o cenário econômico internacional será cada vez mais favorável.Com os títulos lançados hoje, o Brasil foi o primeiro país emergente a emitir esses papéis com prazo em torno de 30 anos. Mais cedo, Mantega havia afirmado que o governo cometeu um ato ousado ao emitir títulos de longo prazo em meio à crise econômica.Papéis com prazos maiores também indicam que os investidores externos estão mais confiantes na estabilidade econômica do país que emitem os títulos. O Tesouro anunciou que também lançará mais US$ 25 milhões em títulos no mercado asiático, mas os resultados finais da emissão externa só serão divulgados amanhã (30).Essa foi a terceira vez em 2009 que o Brasil emitiu títulos no exterior. Em janeiro e maio, o Tesouro lançou títulos com vencimento em 2019. As duas captações renderam US$ 1,775 bilhão.