Estudo mostra que trabalhador com maior escolaridade teve maior carga horária semanal

29/07/2009 - 11h15

Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O estudo Carga Horária de Trabalho: Evolução ePrincipais Mudanças no Brasil, divulgado hoje (29) pelo Instituto dePesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou que há desigualdade nacarga horária quando o universo analisado envolve o tempo de estudo.Segundo o estudo, quanto maior foi a escolaridade,menor foi a redução no tempo de trabalho. A Constituiçãopromulgada em 1988 fixou a jornada máxima do trabalhador brasileiroem 44 horas semanais.No caso dos ocupados com 11 anos ou mais deestudos, a redução foi de -1,2%. Os trabalhadores com menorescolaridade acabaram sendo os mais beneficiados, com queda de 18,1%.Em 2007, a menorjornada de trabalho estava entre os trabalhadores com até um ano deestudo (36,2 horas), enquanto a maior jornada média de trabalho eraexercida pelos trabalhadores de nível médio, com 8 a 10 anos deescolaridade.Há tambémcomportamentos bastante distintos nos casos em que o critérioanalisado foi a atividade econômica. Em atividades de cunho social –como educação, saúde –  houve, no período, aumento de 3,2%nas horas médias semanais tradicionalmente trabalhadas no Brasil.O setor agrícola tevea maior diminuição registrada no tempo de trabalho, com 26,3%, eacabou registrando, em 2007, a menor jornada média trabalhada porsemana no país: 33,6 horas. A maior ficou com o setor de transporte(46,2 horas), seguido do setor de serviços industriais (44,7 horas).Na comparação dajornada média de trabalho semanal por estados da federação, osestados com menor presença de ocupação formal são os de menorcarga horária de trabalho. Piauí, com 9,6%, e Maranhão, com 11,8%possuíam, em 2007, as menores presenças relativas de ocupadosprivados formais. E isso acabou se refletindo numa maior parcela detrabalhadores com postos de trabalho com até 29 horas semanais.Em contrapartida, SãoPaulo (42,5%) e Santa Catarina (39,6%) foram, no mesmo ano, osestados com maior presença relativa de ocupações privadas formais.Nesse mesmo sentido, apresentaram também as menores parcelas deocupados com tempo de trabalho mínimo e parcial, salvo a situaçãodo Distrito Federal.O Ipea ressalta quemenos de 50% do total de trabalhadores estavam ocupados formalmenteem 2007.