Comércio ajuda a reduzir desemprego na região metropolitana de São Paulo, diz pesquisa

29/07/2009 - 19h16

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Pela primeira vez noano, a taxa de desemprego caiu em junho nos 39 municípios da regiãometropolitana de São Paulo. A taxa passou de 14,8% para 14,2% daPopulação Economicamente Ativa (PEA). Isso significa uma queda de69 mil no total de desempregados, estimado em 1,495 milhões depessoas. O saldo entre oferta de vagas e corte de pessoal atingiu 31mil postos de trabalho e 38 mil pessoas saíram do mercado detrabalho.Os dados são da pesquisa mensal da FundaçãoSistema Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade) e doDepartamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos(Dieese).O resultado reflete, principalmente, a abertura devagas no setor do comércio, que contratou, no período, 77 miltrabalhadores, 5,7% a mais do que em maio. As ofertas criadas, noentanto, foram ainda insuficientes para repor as perdas registradosnos últimos 12 meses. Sobre junho do ano passado, existem ainda 70mil empregados a menos, o que representa uma queda de 4,7% .Para o coordenador da pesquisa pela FundaçãoSeade, Alexandre Loloian, uma das hipóteses que justificam a reaçãopositiva do comércio é que “os empresários fizeram um ajustemais forte do que o necessário em meses anteriores”. O economistadisse que o setor pode ter projetado, a princípio, um impactonegativo da crise financeira internacional e alterado o comportamentoassim que percebeu efeitos menos expressivos sobre as vendas.Já a indústria fechou 31 mil vagas, com recuo de1,9% sobre maio. Na comparação com junho do ano passado, a quedafoi mais acentuada (-8,2%) e 141 mil postos de trabalho forameliminados. Segundo Loloian, esse desempenho é consequência domovimento em baixa registrado sobretudo nos segmentos voltados paraas exportações que foram os mais afetados pela crise financeirainternacional.No setor de serviços, que inclui a construçãocivil e empregos domésticos, houve uma pequena diminuição de 0,4%,mas, sobre junho do ano passado, o total empregado é 3% superior. Noconjunto das regiões metropolitanas pesquisadas pelo Dieese/Seade(São Paulo, Salvador, Recife, Porto Alegre, Belo Horizonte eDistrito Federal), o setor da construção civil mostra umcrescimento de 15,9%.Assim como Loloian, o diretor técnico do Dieese,Sérgio Mendonça, destaca que todos os sinais da economia internaindicam que o dinamismo vai continuar no setor de serviços. Elesapontam a existência de crédito para o financiamento da venda deimóveis e também reformas e investimentos em obras deinfraestrutura. Para Mendonça, tais previsões podem ser estendidaspara o ano que vem, quando o mercado deve começar a sentir osefeitos do programa habitacional  Minha Casa, Minha Vida.