Manifestante favorável a Zelaya morre na fronteira de Honduras com a Nicarágua

25/07/2009 - 15h01

Roberto Maltchik
Enviado especial da EBC
Las Manos (Nicarágua) - Um jovemde 24 anos morreu na madrugada de hoje (25) na cidade de El Paraiso, a 12 quilômetros da fronteira de Honduras com a Nicarágua.Não há informações sobre as causas damorte, mas o corpo permanecia abandonado em um terreno baldio atéo incio da tarde. O rapaz seria um dos manifestantes favoráveis ao retorno do presidente deposto Manuel Zelaya a Honduras.

Osmilitares que apoiam o golpe de Estado no país negam que o jovem tenha morrido durante confrontos que ocorreramnas últimas horas por causa da chegada de Zelaya à região. O rapaz tinha marcas nos braços, mas não apresentava ferimentos provocado por tiros. Asituação em Honduras neste sábado é maistranquila, apesar das inúmeras barreiras militares erguidas narodovia que chega à  fronteira. São pelo menos dez barreirasentre a capital Tegucigalpa e a cidade nicaraguense de Las Manos.  Segundofontes do governo da Nicarágua, Zelaya estánuma cidade nicaraguense a 30 quilômetros da fronteira e deveretornar ainda hoje à aduana. O presidente daNicarágua, Daniel Ortega, chegou a estudar a possibilidade de acompanhá-lo, mas desistiu da ideia.

Zelayachegou a atravessar a fronteira ontem (24), ficou o lado hondurenho por algunsminutos e regressou logo em seguida para o territórioda Nicarágua. Policiaisfederais de Honduras permanecem mobilizados a cerca de 30 metros dafronteira entre os dois países. Eles têm ordem judicialpara prender Zelaya, caso tente ingressar novamente no país.A EBCconversou com a mulher do presidente deposto, Xiomara Castro Zelaya,que está retida a cerca de 50 quilômetros da fronteirapor uma barreira militar. Segundo ela, Zelaya deve ir a Washingtonna próxima terça-feira (27) para se reunir com asecretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton. Noentanto, a primeira-dama garantiu que o marido não desistiu devoltar ao país. “Nóstemos a esperança que conseguiremos chegar à fronteira,apesar do toque de recolher [que termina as 18h, hora local]. O queacontece é uma clara violação dos nossosdireitos. É uma ditadura militar. E Zelaya permanece dispostoa retornar ao país e ao seu povo”, garantiu ela.

Zelaya foi expulso de Honduras dia 28 de junho, após ser depostopor um golpe militar que o tirou da presidência. Desde então, já fezduas tentativas de voltar ao país, mas não teve êxito. Atualmente, o comando de Hondurasestá nas mãos do presidente interino Roberto Micheletti.