Secretário nega alto índice de violência em Luziânia e prevê queda de 60% nas mortes

23/07/2009 - 8h45

Paula Laboissière
Enviada especial
Luziânia (GO) - Aocomentar o alto Índice de Homicídios na Adolescênciaregistrado em Luziânia, cidade goiana do Entorno do Distrito Federal, o secretário deDesenvolvimento Econômico do município, Liosório Meireles,se mostrou surpreso com a estimativa do Índice de Homicídio na Adolescência de 5,4 adolescentes com idade entre 12 e18 anos assassinados para cada grupo de mil. Para ele, há violência na região, mas o número não corresponde à realidade. A íntegra do estudo pode ser consultada na internet.Ementrevista à Agência Brasil, ele afirmou aindaque a previsão da pesquisa do Programa de Redução de Violência Letal contra Adolescentes e Jovens de 149 adolescentes assassinados entre 2006 e2012 não vai se concretizar e defendeu uma reduçãode pelo menos 60% nos homicídios. “O cenário foirevertido. Estava faltando integração entre as forçasde segurança pública e a comunidade.”Luziâniaficou em 15º lugar no ranking de municípiosbrasileiros com mais de 100 mil habitantes e que registraram altosíndices de violência contra adolescentes em 2006. Emtoda a Região Centro Oeste, é a única cidade comuma média de mais de cinco jovens assassinados em cada grupode mil – as demais registram no máximo três mortes.Para osecretário, a razão da violência contraadolescentes na cidade se deve, sobretudo, à proximidade com acapital federal.Muitas pessoas, de acordo com Meireles, seguem para Brasíliaem busca de uma vida melhor, não conseguem emprego e passam amorar nas cidades goianas mais próximas.Outroponto de destaque, segundo ele, é a ausência deestrutura em muitos municípios do Entorno. OInstituto Médico Legal (IML) de Luziânia, por exemplo,recebe corpos vindos de oito cidades da região – Cristalina, Cidade Ocidental, Valparaíso, Novo Gama, SantoAntônio do Descoberto, Águas Lindas, Padre Bernardo eMimoso – algumas a mais de 200 quilômetros de distância. De acordo comMeireles, é comum que Luziânia registre homicídiosde adolescentes que morreram em outros locais, o que, segundo ele,teria elevado os índices.Meirelesdefende que a melhoria experimentada pela cidade se deve àimplantação do Programa Nacional de SegurançaPública com Cidadania (Pronasci), a partir de 2007. “Em2006, realmente existia esse índice de 5,4 jovensassassinados”, disse, ao destacar que o número nãoreflete mais o cenário de violência contra adolescentesem Luziânia.A cidadede mais de 300 mil habitantes já cadastrou, de acordo com asecretaria, 1,7 mil adolescentes e jovens com idade entre 15 e 29 anosem ações do programa do governofederal. O município conta com três telecentros parainclusão digital, três ginásios de esporte,quatro centros poliesportivos, teatro, cinema e biblioteca.Na próxima terça-feira (28), vão ser selecionadas em Luziânia500 mulheres da paz. Após a capacitação, elasvão atuar em suas próprias comunidades levantandoproblemas sociais. Os relatórios serão entregues aassistentes sociais e psicólogos.“Apolícia sozinha não dá conta. Os problemas sãode ordem familiar”, avaliou Meireles, referindo-se ao assassinatode adolescentes. Outra estratégia da prefeitura de Luziâniaé o videomonitoramento – 26 câmeras já foraminstaladas na cidade e um novo pedido de 50 peças foi feito aoMinistério da Justiça.No finaldo ano, as obras do Instituto Federal de Ciência e Tecnologiaserão concluídas, o que, segundo o secretário,vai contribuir para a qualificação profissional dosjovens. “Há muita osciosidade”, disse, ao citar o caso deum adolescente de 15 anos acusado de cometer pelo menos oito homicídios.