Luiz Augusto Gollo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Embora confirmada para os primeiros dias da próxima semana, emBrasília, a reunião entre técnicos dos ministérios da Saúde e daEducação e das secretarias dos estados do Rio de Janeiro,de São Paulo e do Rio Grande do Sul encontra resistência em pelomenos uma entidade diretamente interessada na volta às aulas dentro doprazo, 3 de agosto.O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Município do Rio de Janeiro,Edgar Flexa Ribeiro, considera a prorrogação das fériasuma providência inócua quanto a seu objetivo e prejudicial aos segmentos sociaisafetados.“Se eu tivesse a garantia de que os alunos ficarãoconfinados em suas casas, até concordaria com a prorrogação”, disse oprofessor. “Mas eles continuarão as férias normais, brincando na praça,fazendo suas atividades coletivas de lazer. Nada garante que se reduzao risco de propagação da gripe. Por isto, vamos reiniciar as aulas nodia 3, como está previsto no calendário escolar”.FlexaRibeirodestacou a autonomia de cada uma das mais de milescolas particulares filiadas ao sindicato para reiniciar o anoletivo ou suspender as atividades a qualquer momento, se sentirnecessidade. No entanto, lembra que, até o momento, não houve indicaçãooficial do governo federal sobre essa providência que, como diz,prejudicará pais, professores e alunos, ao interferir no andamento doano letivo.Também a Secretaria Municipal deEducação rechaça “categoricamente” oadiamento e mantém o calendário de aulas estabelecido. Em São Paulo,o governo admite o adiamento por uma semana ou 15 dias, e o secretáriode Saúde, Luiz Roberto Barradas, recomenda a professores gripados ealunos com sintomas de gripe permanecer longe das escolas.Noâmbito federal, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anfitrião dapróxima reunião, defende que “em algumas localidades [estender asférias] não faz o menor sentido, mas em outras pode ser importante”.Ele também tem dito que todo ano morrem pessoas contaminadas pela gripecomum e que “era esperado que os óbitos pela gripe A também aumentassem”.Em São Paulo, já ocorreram 12 mortes por gripe suína e, no Rio Grandedo Sul, 11. O estado com o terceiro maior número de casos é oRio, com cinco mortes, todas na capital. No Paraná, uma pessoa morreu.