Marco Antonio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente daAssociação Brasileira da Indústria Produtora eExportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto,afirmou hoje (23) que a comercialização da carne de porcopara o mercado internacional não deverá sofrer nenhumabalo em virtude dos focos de peste suína detectados em municípios da ilha do Marajó (Pará). Segundo o dirigente,100% da carne suína exportada pelo Brasil é produzidaem estados das regiões Sul e Sudeste. Os maiores produtoressão Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. “Tivemos no começodo ano um foco no Rio Grande do Norte e não teve reflexonenhum [nas exportações]. Na Ilha de Marajó nãotem efeito. Certamente é um foco em agricultura desubsistência. Não é na região livre dapeste suína, clássica, que compõe o Centro-Sul dopaís. Então não nos afeta. Afetaria setivéssemos algum foco na região livre”, ressaltouCamargo Neto. Apesar da convicçãode que não haverá risco para as exportações,o presidente da Abipecs assinalou que o novo foco evidencia o erro dopaís em não erradicar de vez a doença.“Tem havido controle,mas não erradicação. Precisa de maisinvestimento em defesa sanitária, de um serviço públicomais atuante. Como lá [a Região Norte] não éuma região importante para a suinocultura industrial, acabaequivocadamente relegada a segundo plano”, criticou. Equipes de emergênciasanitária, formadas por médicos veterinários etécnicos da Agência de Defesa Agropecuária doPará (Adepará), com o apoio da SuperintendênciaFederal de Agricultura do Pará, trabalham na Ilha de Marajó, para combater os focos da peste. Enchentes prejudicam a locomoçãodas equipes. No município paraense de Afuá jáfoi confirmado o sacrifício de 44 animais.Em toda a região, o número de animais mortos deverá atingir mais de umacentena, segundo informou Adriana dos Santos, chefe substituta doserviço de defesa sanitária da superintendênciafederal.