Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Cerca de 200 jovens cariocas atendidos pelo programa Proteção dosJovens em Território Vulnerável (Protejo), que faz parte do ProgramaNacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), estão reunidoshoje (17) para elaborar propostas de prevenção social ao crime e àviolência. O documentoproduzido, contendo as sugestões discutidas, seráenviado para debate na Conferência Nacional de Segurança Pública,marcada para agosto, em Brasília.Deacordo com o coordenador-geral do Pronasci-Rio, Sérgio Andréas, entreas principais propostas debatidas pelos jovens estão a manutenção dosprojetos sociais nas comunidades e a defesa de uma abordagem cidadã porparte da polícia.“A participação da população é fundamentalpara construir políticas públicas eficazes, que tenham o alcance que sedeseja. É preciso haver a repressão àcriminalidade, mas com cuidado no trato especialmente com os jovens”,explicou.O estudante Paulo André dos Santos, de 16 anos,morador da comunidade do Complexo do Alemão, zona norte da cidade, dizque é comum policiais abordarem moradores das comunidades como se todostivessesm envolvimento com o tráfico de drogas. Para ele, esse tipo decomportamento gera revolta e dor.“Existem bons policiais, quenos tratam com respeito, mas outros abordam a gente como se todosestivessem envolvidos com o crime, e isso não é verdade. Na comunidadetem muita gente que trabalha, que estuda e que quer espaço paracrescer. E nós, jovens, sofremos muito com isso. Por isso, muitoscrescem revoltados e acabam caindo no crime”, disse.JúlioCésar de Souza, de 21 anos, morador da comunidade de Queimados, naBaixada Fluminense, citou também a ampliação de equipamentos culturaise atividades de inclusão digital nas comunidades como uma fortedemanda. Ele acredita que por meio de iniciativas nessas áreas sejapossível reduzir as desigualdades sociais.“A gente aindaprecisa de atividades culturais, de educação, de inclusão social. Issotudo é fundamental para formar cidadãos com senso crítico capazes demodificar o histórico brasileiro de desigualdade social”, defendeu.OProtejo é um das linhas de ação do Programa Nacional de SegurançaPública com Cidadania (Pronasci), desenvolvido pelo Ministério daJustiça em parceria com governos estaduais e municipais, e que atendeno Rio 5,6 mil pessoas, entre jovens e mulheres. Por meio do Protejo,jovens moradores de 18 comunidades de baixa renda participam de cursosde capacitação profissional