Sobe para 50% o percentual de estudantes que não dirigem depois de beber

09/07/2009 - 14h32

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os estudantes universitários estão mudando o comportamento no trânsito. Pesquisa divulgada hoje (9) pela Sociedade Brasileira de Ortopedia eTraumatologia (Sbot) mostra que, entre 2007 e 2009, subiu de 36% para50% o percentual de estudantes que, antes de sair de carro para se divertir,não tomam bebidas alcoólicas.A pesquisa foi realizada em maio deste ano, por meio de questionário, com 1.033 universitários no Rio de Janeiro eem São Paulo. No levantamento, 84% dos estudantes também aprovaram aLei Seca, instituída há um ano, e disseram que a punição deve serpesada para quem dirige após beber.A maior parte dosuniversitários (42%) também reconheceu os riscos de se aliar bebida edireção. Outra parte (32%) afirmou que não bebe antes de dirigirporque a  multa para esse tipo de infração é pesada e ainda existea possibilidade de a pessoa ser presa.“A educação tem um efeito em longoprazo, enquanto a fiscalização tem efeito em curto prazo”, explicou ocoordenador da pesquisa, o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Sérgio Franco. “O que estamos vendo é um efeito do somatório entre educação e fiscalização”, disse ele.Oestudo da Sociedade Brasileira de Ortopedia também mostra que, nosúltimos dois anos, houve uma pequena redução, de 38% para 34%, dopercentual de jovens que andam de carona com motoristas que tenhambebido.A pesquisa também constatou que as medidas educativas e o aumento da fiscalização têm contribuído demaneira diferente para mudanças de comportamento dos jovens paulistas ecariocas no trânsito. Os estudantes paulistas reforçam que aeducação influencia na decisão de não dirigir após tomar bebidasalcoólicas. Por outro lado, os cariocas deixam de beber antes dedirigir porque temem as punições instituídas há um ano, pela Lei Seca.“EmSão Paulo, 52% reconhecem os riscos de beber e dirigir, contra 38%, noRio. Na educação, o paulista está melhor”, disse Franco. “Porém, ao se lembrar da prisão, o cariocarespeita mais a lei. Fica 35% para os cariocas que deixam de beber edirigir por conta da punição, contra 26% dos paulistas.”Amaioria dos universitários cariocas também afirmou que não dirige apósbeber (54%). Entre os paulistas, o percentual foi de 41%. A pesquisa também constatou que é mais comum no Rio, que em São Paulo, o hábito desair com um amigo que não vai beber para que ele assuma a direção do carro. Entre os cariocas,19% lembraram que sempre têm um “amigo da vez”. Na capital paulista,10% sempre saem com alguém que não bebe.