Ministério da Saúde anuncia mudanças no atendimento a casos suspeitos de gripe suína

03/07/2009 - 17h27

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Saúde,José Gomes Temporão, anunciou hoje (3) mudanças no protocolo deatendimento da Influenza A (H1N1) – gripe suína. Em casossuspeitos com sintomas leves, o médico deverá encaminhar o pacientepara isolamento domiciliar e medicá-lo conforme gripe comum. Nessescasos, não será mais solicitado exame laboratorial para confirmar adoença. Nos casos suspeitos com sintomas graves, os exames e o usodo medicamento específico continuam sendo recomendados.O Ministério da Saúdejá vinha recomendando que, em escolas ou estabelecimentos comerciaisnos quais uma pessoa tivesse o diagnóstico confirmado por examelaboratorial, todas as pessoas que frequentassem o local eapresentassem sintomas deveriam ser consideradas infectadasautomaticamente. Agora, Temporãoestende a decisão a qualquer pessoa que tenha viajado para oexterior ou tido contato com alguém que viajou e está infectado,descartando a necessidade de exame laboratorial para casos leves.O ministro garantiu que a medida não irá aumentar as chances deque alguém fique sem tratamento, agravando o quadro, ou que oministério deixe de ter controle sobre a disseminação da doença.“Os médicos vão tratar a doença em caso de diagnóstico clínico,as pessoas não vão deixar de ter tratamento por causa do exame. E,quanto ao monitoramento, o Brasil tem 68 unidades especializadas emtodos os estados estruturadas para monitorar os vírus influenza eessa rede colhe material para fornecer informações”,afirmou.Temporão também pediu à população que ao sentirsintomas de gripe procure um posto de saúde comum ou um médico doplano de saúde. Para evitar superlotação, as unidades dereferência só devem ser procuradas em casos graves. “As unidadesde referência são hiperespecializadas e a procura por todos quesintam sintomas pode prejudicar o atendimento aos casos graves”,completou.O ministro também demonstrou preocupação porque três regiões – Dinamarca, Japão e Hong Kong – detectaramresistência do vírus ao medicamento específico. Por isso, mantevedecisão anterior de que o remédio só deve ser receitado em casosgraves e nas primeiras 48 horas.Sobre a transmissão noBrasil, Temporão indicou que o contágio autóctone – aquele emque as pessoas não viajaram, mas contraíram a doença de alguémque esteve fora do país – têm aumentado. Segundo ele, há trêssemanas eles eram 6% do total de casos. Agora representam 30%.Poroutro lado, segundo o ministro, não há registros de casosautóctones sem o vínculo com alguém que esteve fora do país. Eapenas cerca de 30% das amostras que chegam à Fiocruz ou aoInstituto Adolfo Lutz dão positivo para o vírus da Influenza A(H1N1) – gripe suína.O ministro disse que não pretendetomar medidas específicas em cidades que recebem grande contingentede turistas, como o Rio de Janeiro ou Foz do Iguaçu, por exemplo.Segundo ele, essas pessoas vão entrar no país por portos,aeroportos ou rodoviárias e vão receber orientações nesseslocais.Além disso, o ministrodisse que as secretarias estaduais ou municipais de saúde podem promover ações individualizadas, caso considerem necessário. Éo caso de Paraty, onde está sendo realizada a festaliterária internacional. Segundo Temporão, a secretaria de saúde do local promoveuuma campanha de orientação sobre a doença.