Professores de escolas públicas podem concorrer a 54 mil vagas para melhorar formação neste ano

30/06/2009 - 17h02

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Professores da educaçãobásica de escolas públicas já podem se inscreverpara pleitear uma das 331 mil vagas que serão oferecidas peloPlano Nacional de Formação de Professores até2011. O instrumento escolhido pelo Ministério da Educação(MEC) foi a criação de um site chamado plataforma PauloFreire. É lá que os interessados vão escolher aslicenciaturas que desejam cursar em uma das 90 instituiçõespúblicas que oferecerão os cursos.Lançado em maiopelo MEC, o planopretende qualificar professores de escolas públicas emexercício que não têm curso superior ou atuam emárea diferente da qual se formaram. Segundo o ministério,cerca de 600 mil estão nessa situação. Nopróximo semestre serão oferecidas 54 mil vagas.O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que o projeto vai impactar na qualidade da educação pública. "Nosso objetivo é garantir o direito de que todo professor atuante possa se formar porque isso vai refletir, evidentemente, na qualidade do ensino oferecido em sala de aula", disse.Haddad também garantiu que até 2011 todos os professores terão acesso aos cursos de formação. "Em um primeiro momento, se a demanda for maior do que a oferta, as universidades serão responsáveis por selecionar os candidatos o que pode ocorrer até mesmo por sorteio."Para participar, oprofessor precisa acessar a plataforma e fazer um cadastro no qualincluirá um pequeno currículo com informaçõessobre sua formação e experiência profissional.Após essa etapa, o interessado deve consultar a oferta degraduações e fazer sua pré-inscriçãopara aquela que deseja cursar. Os docentes podem se candidatar paraaté três cursos.Na fase seguinte, assecretarias municipais e estaduais de educação serãoresponsáveis por validar a inscrição eautorizar a participação do professor nos cursos. Apartir do cadastro feito na plataforma o professor poderáacompanhar o andamento da sua inscrição.Até o momento,apenas o estado de São Paulo não aderiu ao programa. Distrito Federal, Acre e Rondônia têm interesse apenas na formação continuada para seus professores. Minas Gerais e Rio Grande do Sul, que não haviam feito a adesão na primeira fase, já estão levantando as demandas para elaboração dos planos com as universidades. Os 21 estados restantes já vão oferecer as vagas a partir do próximo semestre. A responsabilidade pela formaçãoserá de uma rede de instituições públicasque inclui universidades federais e estaduais e institutos federaisde educação tecnológica. Das 331 mil vagas, 52% são em cursos presenciais e 48% na modalidade a distância.Para o ministro, também é importante que as secretarias estaduais e municipais dêem apoio para que os professores possam participar dos cursos de formação o que pode incluir, até mesmo, a dispensa nos casos em que o docente tiver carga horária maior que 20 horas semanais. "O desafio ao contrário do que acontece com o ProUni [Programa Universidade para Todos], em que a procuraé maior do que a oferta, é a promoção da demanda. É garantir efetivascondições para que o professor demande mais formação."A formaçãovai atender três perfis diferentes de profissionais: primeiralicenciatura para professores que não têm cursosuperior, segunda licenciatura para aqueles que já sãoformados, mas lecionam em áreas diferentes da que segraduaram, e a licenciatura para bacharéis que necessitam decomplementação para o exercício do magistério. OMEC prevê um investimento de R$ 1,9 bilhão, que deve ser aplicado até que os alunos se formem.