Nível de atividade da indústria paulista sobe 0,9% em maio

30/06/2009 - 15h38

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O nível de atividade da indústria paulista subiu0,9% em maio em relação a abril. Na comparação com maio do anopassado, houve queda de 9,3% e, no acumulado do ano, redução de12,5% em relação ao mesmo período de 2008. Nos 12 meses fechadosem maio, a queda é de 4,4%, conforme o Indicador de Nível deAtividade (INA), divulgado hoje (30), pela Federação e pelo Centrodas Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp).O diretor do Departamento de Economia da Fiesp(Depecon), Paulo Francini, disse que a atividade industrial mudou depatamar, por causa da forte queda ocorrida nos meses finais do anopassado. “No novo patamar, a atividade industrial percorreu, dejaneiro a maio deste ano, uma trajetória de crescimento modesto, secomparado à dimensão da queda.” Para ele, não existe tendênciade recuperação do patamar antigo em curto espaço de tempo, mas háuma evolução no novo patamar.Os setores que se destacaram foram os de celulose,papel e produtos de papel, com crescimento de 0,4% com ajuste sazonalem maio e de 2,7% sem o ajuste. Com relação a maio de 2008, houvealta de 2,5%, no acumulado do ano, queda de 0,1% e, nos últimos 12meses, crescimento de 1,2%. “O que explica esse número é que SãoPaulo tem pouca presença nas exportações do setor que, por isso,foi menos afetado pela queda nas exportações do que o restante dopaís”, disse.O grupo de produtos químicos e petroquímicoscresceu 2,3% com ajuste sazonal e 9,8% sem o ajuste. Comparado a maiodo ano passado, houve queda de 8,5% e, de janeiro até maio desteano, redução de 14,3% em relação ao mesmo período de 2008. Noacumulado dos 12 meses, também houve queda (7,8%). Francini disseque tal resultado está associado aos estoques. Segundo ele, com aexpectativa de melhora da economia, os estoques excessivosdiminuíram, o que possibilitou a melhor retomada das atividades. No o setor de máquinas e equipamentos, houveredução tanto com ajuste sazonal quanto sem ajuste (4,2% e 0,95 %,respectivamente). Com relação a maio de 2008, houve queda de 29,2%,de janeiro a maio deste ano, de 27,1% e, nos últimos 12 meses, de11,2%. “Esse é um dos poucos setores que ainda continuam emtrajetória de queda.” Francini acredita que, nos próximos meses, aindústria continue registrando variações positivas na mesmaproporção dos últimos meses, mas ressalta que o resultado deve serde queda de 7,5% na produção industrial. “Esse número édiretamente influenciado pela queda das exportações. A atividadedoméstica, pelo menos, não soma queda adicional à atividadeindustrial”, destacou. De acordo com estudo da Fiesp sobre a queda dasexportações e as expectativas da produção industrial para 2009, aqueda da atividade no quarto trimestre de 2008 não deverá sercompensada neste ano, porque, além do desempenho fraco no correnteano, 72,6% da queda concentram-se em um grupo de 10 setores com maiorparticipação na exportação. O gerente do Depecon, André Rebelo, responsávelpela pesquisa, informou que espera-se queda, em dólares, de 35% comrelação a 2008, chegando a US$ 78 bilhões nas exportações.”Quandoconsideramos um câmbio de R$ 2 por dólar, esse valor seriaresponsável por uma redução de 5,5% nas exportações”, disseRebelo.Para ele, o volume de crédito está mostrandorecuperação, mas em velocidade baixa, com a concessão para pessoajurídica em um patamar 13% abaixo do anterior e para pessoa física1,9% inferior ao de antes. “O crédito pessoa física mais contidoreduz o poder de demanda que o crédito tem. Reduz o poder decrescimento do mercado interno”.