Defensoria Pública constata irregularidades em alojamentos da UFRJ

30/06/2009 - 11h04

Thaís Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Depois de receber denúncias de estudantes apontando uma série deproblemas nos alojamentos de alunos da Universidade Federal do Riode Janeiro(UFRJ), no campus do Fundão, na Ilha do Governador, noRio, a Defensoria Pública da União (DPU) realizou na manhã de hoje(30) uma vistoria no local.De acordo com o defensor público André Ordacgy, entre as principaisirregularidades estão as condições precárias de infraestrutura,como infiltrações e vazamentos, além da permanência nosalojamentos de pessoas que já se formaram. Para Ordacgy, falta umcontrole administrativo mais rigoroso da universidade.Ao todo, a instituição oferece 504 quartos - distribuídos em doisblocos, um feminino e outro masculino - a alunos que tenham condiçõessocioeconômicas desfavoráveis e morem em locais distantes dauniversidade. Para conceder o benefício, a universidade realiza umprocesso seletivo todos os anos.“São denúncias graves que criam um quadro inaceitável. Háalunos que se unem, constituem família, têm filhos e passam a morarem quartos conjuntos, o que não é permitido, já que existe umaseparação de dormitórios especificamente para mulheres e outrospara homens”, disse Ordacgy.Além disso, há casos de pessoas já se formaram, mas por falta deacompanhamento da instituição permanecem morando lá. “Umcontrole administrativo mais forte é necessário para evitar essetipo de situação, além de investimentos nas condições deinfraestrutura do alojamento. O aluno precisa de um patamar dedignidade para levar a cabo seus estudos”, afirmou.Segundo Ordacgy, a Defensoria Pública da União pretende, combase na apuração de hoje (30), oficiar a reitoria e aspró-reitorias envolvidas com a administração dos alojamentos paraque tomem medidas de forma emergenciais. Caso isso não ocorra, a DPUpode ajuizar uma ação civil pública na Justiça Federal.

A diretora do alojamento da UFRJ, Veraluce Aguiar, negou asacusações, embora admita que o prédio onde funciona o alojamentotenha problemas estruturais devido ao tempo de uso. “Claro que nãoestá lindo. Afinal, ele tem quase 40 anos, é um prédio velho. Masnão é assim como estão dizendo”, garantiu ela à AgênciaBrasil, por telefone, antes da vistoria.